Avaliação da modulação autonômica cardíaca no processo de enchimento da bexiga em mulheres com incontinência urinária: perspectiva da fisioterapia

Abstract

RESUMO Comparou-se o comportamento do sistema nervoso autônomo, por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), durante as fases de enchimento vesical de mulheres com e sem incontinência urinária (IU). Aplicou-se o International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form, para autodiagnóstico de IU. Para análise da VFC utilizaram-se registros de eletrocardiograma (ECG), sendo 6 registros durante o enchimento vesical. Para quantificar a VFC utilizaram-se os métodos: domínio do tempo (milissegundos); frequência (Hertz) e medidas não lineares. A estes parâmetros aplicou-se transformação logarítmica (Log). Na comparação de médias de dados normais utilizou-se teste t e para os dados não normais o teste de Mann-Whitney. Participaram 64 mulheres (64,8±6,73 anos), 33 com IU e 31 continentes. A variável logaritmo da razão dos componentes LF e HF (LogLH/HF) foi significativamente maior (p<0,05) no grupo continente em todos os momentos do enchimento vesical. A capacidade volumétrica vesical foi significativamente maior nas mulheres continentes (p=0,0015). A análise no domínio da frequência demonstrou redução da função simpática e aumento do parassimpático nas mulheres incontinentes. As mulheres continentes apresentaram melhor balanço autonômico durante todo processo de enchimento vesical, em comparação às incontinentes. A redução da função simpática, bem como o aumento da função parassimpática nas incontinentes, pôde ser reportada para uma diminuição da capacidade de relaxamento do detrusor e um aumento das contrações, ainda na fase de enchimento vesical, ambos associados à IU.

Benefícios da intervenção fisioterapêutica no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico após o parto normal

“…O ponto de corte já relacionado se justifica pelo fato de que, quarenta dias após o parto normal, o organismo inicia a "normalização" da função reprodutiva, nesse período, a avaliação dos MAP parece mais eficaz no que se refere a comparações posteriores. 4 Critérios de exclusão: pacientes que optaram por cesárea; parto prematuro; tabagistas; mulheres com distúrbio psiquiátrico ou comprometimento cognitivo.…”

“…3 A gravidez e o parto são acontecimentos sociais que integram a vivência reprodutiva de mulheres, e nesse período, o corpo passa por adaptações fisiológicas profundas, as quais envolvem todos os sistemas. 4 No percurso da gestação, como se pode imaginar, os MAP sofrem sobrecarga, já que nesse momento, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos, os MAP precisam sustentar também o peso do bebê e seus anexos embrionários. 5 Durante a gestação, há um aumento no tamanho e no peso dos rins e a bexiga é progressivamente elevada pelo útero aumentando nos dois últimos trimestres da gravidez, tornando-se um órgão intra--abdominal; os Músculos do Assoalho Pélvico (MAP) são afetados significativamente, justificando assim a hipotonia dessa cadeia muscular no pós-parto, que pode desencadear o surgimento de Incontinência Urinária (IU) e fecal, disfunções sexuais e prolapsos de órgãos pélvicos.…”