RESUMO O estudo da profilaxia da raiva humana contribui para orientação quanto ao uso de vacinas e soros antirrábicos, servindo de base para a definição de estratégias de prevenção, controle e avaliação da doença. Objetivou-se avaliar o atendimento antirrábico humano pós-exposição e possíveis incompatibilidades com o protocolo do Ministério da Saúde, em agressões por cães, no município de Belo Horizonte. Analisaram-se as fichas de atendimento antirrábico do SINAN para comparação dos tratamentos prescritos com as Normas de Profilaxia antirrábica do Ministério da Saúde. As características dos atendimentos foram: quanto à exposição, 93,0% decorrentes de mordedura; quanto à localização da agressão, 35,5% ocorreram nos membros inferiores; quanto ao ferimento, 62,0% foram lesões únicas; quanto ao tipo de ferimento, 65,8% foram superficiais; quanto à condição do animal, 85,0% ocorreram por animais sadios; em 83,4% dos casos os animais eram observáveis; quanto ao tratamento, observação e vacina (57,3%). O tratamento foi inadequado em 32,7% das condutas. O número de tratamentos instituídos foi muito elevado, 75,7% dos casos. De todos os atendimentos 21,2% das indicações foram consideradas excessivas e 11,5% insuficientes. O sistema de vigilância apresenta falhas e existe a necessidade de corrigi-las para que as informações referentes à finalização dos casos sejam conclusivas.