Esta revisão traz uma visão geral acerca da qualidade microbiológica de polpas de frutas comercializadas no Brasil, através de uma revisão integrativa de estudos publicados entre os anos de 2010 e 2020. Foram consultadas três bases de dados (Google acadêmico, Scientific Electronic Library Online e Biblioteca Virtual da Saúde), usando-se os termos descritores: polpa de frutas, qualidade, qualidade microbiológica e qualidade higiênico-sanitária. Os resultados das buscas foram avaliados e selecionados, considerando o objetivo do estudo, assim como os fatores de inclusão e exclusão. Foram selecionados 56 estudos para análise, descrição, discussão e síntese do conhecimento produzido através dos mesmos. Após análise, verificou-se que 94,6% dos estudos foram publicados no idioma português e 44,6% foram realizados no Nordeste do Brasil. Em geral, as análises microbiológicas foram realizadas através de métodos convencionais (87,5%) e os parâmetros mais avaliados foram: enumeração de coliformes termotolerantes (71,4%), pesquisa de Salmonella sp. (64,3%), enumeração de bolores e leveduras (60,7%) e enumeração de coliformes totais (58,9%). Os estudos que realizaram a enumeração de coliformes termotolerantes, enumeração de bolores e leveduras e pesquisa de Salmonella sp., 31,7%, 67,7% e 16,7%, respectivamente, apresentaram pelo menos uma amostra em desacordo com os limites permitidos pela legislação brasileira. Os resultados dos estudos avaliados demonstraram que o processamento de polpas de frutas no Brasil ainda enfrenta problemas de padronização acerca dos parâmetros microbiológicos exigidos e limites considerados seguros para comercialização deste produto. Neste contexto, destacam-se a necessidade de maior vigilância e inspeção do processamento de polpas de frutas comercializadas no território brasileiro.