Ao se observar o ambiente ao nosso redor, percebe-se diversos impactos ambientais negativos resultantes da ação humana (destruição de florestas, estiagens prolongadas, aumento da temperatura e consequente degelo de calotas polares e até mesmo a disseminação de doenças infecciosas como a SARS-CoV2). A produção de edificações contribui para esse processo de degradação ambiental ao consumir recursos para construção e manutenção e por gerar resíduos. Por isso, é importante contar como ferramentas e procedimentos para viabilizar a elaboração de projetos de edificações menos impactantes. Com essa intenção, foram desenvolvidos procedimentos e ferramentas gráficas com as cartas de Olgyay e de Givoni. Porém, com o advento dos modelos adaptativos e com os avanços na simulação térmica, essas ferramentas historicamente consolidadas demandam atualização. Por isso, foi elaborado um novo procedimento, utilizando diagramas baseados no modelo adaptativo (denominados Diagramas Antropoclimáticos 1 e 2) e envolvendo a simulação de um ambiente térmico interno. Da sua aplicação, obtém-se diretrizes para o processo de projeto. Em virtude de seu recente desenvolvimento, os diagramas foram aplicados a poucas zonas climáticas brasileiras. Este artigo teve como propósito apresentar um projeto desenvolvido segundo as diretrizes obtidas para o clima de Fortaleza/CE (Aw). Como resultado, projetou-se uma edificação com paredes leves, sombreada (prevenindo-se o sobreaquecimento) e com ventilação cruzada. Utilizou-se uma grande varanda que, além do sombreamento, cumpre o papel da circulação. Para o layout interno, optou-se por uma planta próxima da planta livre.