: Nas maltarias, madeira de eucalipto e resíduos da agroindústria, como grãos e cascas, são utilizadas como combustível de caldeiras, gerando cinzas, cujas propriedades são pouco conhecidas, o que limita sua correta disposição ou aplicação. Com o intuito de diminuir a quantidade desse resíduo no meio ambiente, o presente estudo analisou a viabilidade da utilização das cinzas de caldeira (CC) oriundas da coletadas durante o processo de limpeza das caldeiras foram caracterizadas física e quimicamente e para avaliação do seu efeito, produziram-se argamassas de proporção 1:3, em massa, com teores de substituição da cinza em relação ao agregado miúdo de 0%, 5%, 10%, 15% e 20%, e relação água/cimento fixada em 0,7. As propriedades avaliadas nas argamassas no estado fresco foram índice de consistência, densidade de massa e teor de ar incorporado, e no estado endurecido, absorção de água, índice de vazios, resistência à compressão axial e resistência à tração na flexão. Os resultados demonstraram que com o aumento do teor de substituição da areia pela CC houve uma redução na trabalhabilidade das argamassas, um aumento no teor de ar incorporado e consequente diminuição da densidade de massa. Houve ainda um aumento da absorção de água e da porosidade para todas as argamassas, manutenção das propriedades mecânicas nos teores de substituição de 10 e 15% e aumento das resistências, no teor de 20%, quando comparada com a argamassa sem adição, demonstrando assim a viabilidade do uso desta cinza como adição mineral.