O trabalho é uma das atividades mais centrais na vida humana, e a humanização desse ambiente tem-se tornado cada vez mais importante. Nesse contexto, é crucial compreender como os riscos psicossociais no trabalho podem afetar a vida pessoal dos colaboradores, especialmente em instituições de ensino superior (IES). Este estudo investigou essa influência utilizando a versão portuguesa do COPSOQ II, aplicando análises estatísticas exploratórias e confirmatórias, incluindo a modelagem de equações estruturais, para examinar como os fatores laborais se relacionam e influenciam os aspetos da vida pessoal. Os resultados revelaram que o stress somático é diretamente afetado pelas exigências quantitativas e pela satisfação no trabalho, enquanto o stress cognitivo é influenciado pela satisfação no trabalho e pelo stress somático. A satisfação no trabalho emergiu como um elemento crucial, associada a níveis mais baixos de stress. As exigências quantitativas no trabalho estão relacionadas com o conflito entre o trabalho e a família, destacando a importância de um equilíbrio saudável entre ambos os fatores para evitar consequências negativas na saúde e produtividade. O modelo estrutural demonstrou o papel mediador da satisfação no trabalho entre as exigências cognitivas e o stress somático e cognitivo, além do stress somático atuar como mediador entre as exigências quantitativas e o stress cognitivo. Estas evidências enfatizam a importância de definir claramente os horários e objetivos dos colaboradores para promover uma melhor qualidade de vida no trabalho e qualidade de vida, evitando conflitos entre trabalho e vida pessoal, assim como sugerem a necessidade de uma distribuição equitativa da carga de trabalho e o estabelecimento de metas claras para os colaboradores.