Em citologia a coloração é parte indispensável, onde são utilizados corantes com comportamentos ácidos que coram os componentes básicos citoplasmáticos, e corantes básicos que coram os componentes ácidos do núcleo. Com base nisso, teve-se por objetivo, obter um corante natural ácido a partir da Bixa orellana (urucum), para utilização em amostras citológicas do epitélio cérvico-vaginal que pudesse substituir a coloração sintética existentes atualmente. Foi feita pesquisa bibliográfica e estudo de campo de caráter experimental. Utilizaram-se sessenta lâminas de material cérvico-vaginal de trinta pacientes coletadas em duplicatas. Utilizou-se da técnica de Papanicolaou que foi adaptada pela substituição dos corantes orange G e EA-36 por extrato de Bixa orellana obtidos com Metanol e Hexano. Nos resultados, observou-se diferença macroscópica insignificante; e nas visualizações microscópicas, foi possível visualizar as principais estruturas celulares, microbiota vaginal, ceratinização e algumas alterações citoplasmática com melhor desempenho quando associado o uso do corante Bixa-Metanol e Bixa-Hexano. A diferença observada, comparada a coloração convencional de Papanicolaou, foi apenas quanto a cor apresentada pelas células intermediárias que habitualmente se coram basófilas e com o corante da bixina apresentou coloração não muito intensa que variou de azul claro a acinzentado, este fato não prejudicou a análise citológica. Os resultados obtidos, por meio dos estudos preliminares realizados, indicam as potencialidades do uso alternativo deste corante natural, de caráter ácido, na bancada de coloração de lâminas citopatológicas.