Racional: a tonsilectomia palatina é a remoção cirúrgica das amígdalas, procedimento extremamente comum. Como em qualquer cirurgia, o trauma induz resposta imune, endócrina e metabólica, com liberação de diversas citocinas, como a IL-6 e a PCR, refletindo o tamanho do trauma e outros fatores. Os níveis séricos de IL-6 e PCR podem ser úteis na avaliação de técnicas operatórias e estratégias terapêuticas. Objetivos: avaliar a variação laboratorial da IL-6 e PCR entre pré-operatório e pós-operatório imediato de tonsilectomias palatinas, com ou sem adenoidectomia. Há objetivo secundário de comparação entre grupos separados conforme indicação cirúrgica. Métodos: 20 pacientes submetidos a tonsilectomias palatinas, com ou sem adenoidectomia, realizaram coletas séricas para dosagem de IL-6 e PCR na indução anestésica e logo antes da alta. O grupo I, com indicação inflamatória, teve 15 pacientes, enquanto o grupo II, com indicação obstrutiva, teve 5. As dosagens pré e pós-operatórias foram comparadas, bem como os níveis e variações entre os grupos. Resultados: os níveis de PCR não sofreram alterações pela cirurgia, enquanto os níveis de IL-6 sofreram aumento considerável (p<0,001). A indicação cirúrgica de natureza inflamatória parece apresentar um impacto significativo nos níveis de PCR pré-operatória dos pacientes, que se mostrou mais elevada em comparação aos níveis dos pacientes sem indicação inflamatória. Por outro lado, o tipo de procedimento cirúrgico pareceu influenciar a variação dos níveis de IL-6 (p=0,03). Conclusão: a IL-6 é mais sensível que a PCR para avaliar o processo inflamatório pós-cirúrgico de tonsilectomias palatinas, com ou sem adenoidectomia, nas primeiras 6 horas pós-cirúrgicas. Foi levantada a hipótese de que pacientes com indicações cirúrgicas inflamatórias tiveram níveis basais de PCR e IL-6 maiores, porém são necessários mais estudos para confirmação. A IL-6 também pareceu aumentar mais nos pacientes submetidos à tonsilectomias palatinas com adenoidectomia.