Na cavidade bucal alguns fatores podem atuar sobre a superfície das restaurações, diminuindo a microdureza, com consequente aumento da rugosidade que favorece a colonização bacteriana em pacientes com higiene bucal precária contribuindo para o insucesso da restauração. Dentre os fatores capazes de alterar a superfície dos materiais restauradores temos a aplicação tópica de flúor (FIROOZMAND; ARAÚJO, 2006). De acordo com a literatura, o uso do flúor gel acidulado pode aumentar a rugosidade superficial, alterar a cor ou interferir na microdureza do material restaurador, mas com o uso do flúor gel neutro no tempo adequado pode ser que as características de superfície não sofram alterações ou possam se apresentar reduzidas em menor intensidade (LEITE, 2013). A porosidade superficial destes materiais facilita a penetração de corantes e ácidos, acúmulo de biofilme dental e consequentemente a hidrólise (FIROOZMAND; ARAÚJO, 2006). Segundo Botta (2010) a adesão bacteriana acontece principalmente em áreas ásperas das estruturas naturais do dente e em materiais restauradores. Diante das desvantagens que a literatura nos traz sobre o uso do flúor gel acidulado sobre os materiais restauradores e com o advento da Odontologia Baseada em Evidências, faz-se necessário responder alguns questionamentos: qual o nível de evidência científica destes estudos que relatam as alterações causadas nos materiais restauradores pelo uso do flúor gel acidulado? Estas alterações são confirmadas por estudos de maior nível de evidência cientifica? A proposta deste estudo foi investigar o nível de evidência dos estudos publicados nesta área.