RESUMOObjetivo: analisar os fatores relacionados à não investigação dos óbitos fetal e infantil ocorridos no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Métodos: trata-se de estudo ecológico que teve, como unidades de análise, todos os 33 municípios da Região Ampliada de Saúde Jequitinhonha, Minas Gerais. Nesses municípios foi aplicado um questionário a um membro do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal com questões sobre a composição dos comitês, mecanismos de investigação do óbito infantil, fatores dificultadores para a investigação dos óbitos e critérios de evitabilidade entre os anos 2007 e 2012. Foi feita análise descritiva com frequências simples, com o intuito de descrever o perfil dos municípios estudados. Resultados: dos 598 óbitos infantis e 477 fetais registrados, apenas 22,2 e 18,4% foram investigados, respectivamente. Constatou-se a existência de problemas de infraestrutura, técnico-operacionais e políticos que interferiram na prática de investigação. Conclusão: a operacionalização da investigação do óbito infantil e fetal, apesar de exigido por lei, apresenta deficiências, o que acarreta elevado número de óbitos não investigados no período do estudo, o que poderá comprometer as ações para a redução da mortalidade infantil e fetal e a qualidade da assistência infantil. Palavras-chave: Mortalidade Fetal; Mortalidade Infantil; Comitê de Profissionais.
ABSTR ACTThis study aims to analyse aspects related to the lack of investigation of foetal and infant deaths in the Jequitinhonha Valley, State of Minas Gerais. This is an ecological study whose unit of analysis were the 33 municipalities in the Extended Jequitinhonha Health Region. A questionnaire was applied to a member of the Infant and Foetal Death Prevention Committee of each municipality. The questions were related to the committees' structure, mechanisms of infant death investigation, difficulties related to the investigation of deaths, and avoidable criteria between 2007 and 2012. A descriptive analysis with simple frequencies aiming at profiling the studied municipalities was performed. Of the 598 infant and 477 foetal deaths registered, only 22.2% and 18.4%, respectively, were investigated. The researchers detected that infrastructure, technical, operational and policy issues interfered with the investigation. Although required by law, the investigation over infant and foetal deaths is deficient. This led to a large number of deaths being left uninvestigated. Such situation may hinder programmes for the reduction of infant and foetal mortality and the quality of childcare.