Introdução: Muitas das decisões sobre as mudanças no corpo encontram-se condicionadas pela cultura e as construções do conhecimento biomédico. A classificação de gordura (sobrepeso e obesidade) com as interações do self, a identidade de ser reconhecido como doente e a normatividade corporal que associa o corpo magro aos conceitos de saúde, beleza, produtividade e bem estar, reforçam o sofrimento das pessoas gordas, incluso originam a ação em torno da mudança. Objetivo: Compreender a experiência da cirurgia bariátrica desde uma abordagem qualitativa da obesidade mantendo um diálogo entre a biomedicina e as ciências humanas. Metodologia: Trata-se de um estudo com perspectiva socioantropológica sobre os significados do corpo gordo e as motivações principais para a cirurgia bariátrica junto com a experiencia ao redor do proceso pôs-c irúrgico, por médio de entrevistas a profundidade a 12 pessoas adultas com a intervenção entre 2 a 5 anos após da cirurgia. Resultados: As entrevistas foram lidas, transcritas, analisadas por médio de categorias previas e algumas emergentes para a posterior organização em unidades de significado ou grupos de significado comuns, que centram as discussões com a vivência de ser operado cirurgia bariátric a e a paulatina reconstrução do self. Conclusões: A cirurgia bariátrica representa uma cura e a última alternativa para ultrapassar o sofrimento associado ao corpo gordo e às múltiplas alternativas de emagrecimento junto com a diminuição de enfermidades. Embora seja vista como positiva para a maioria dos entrevistados, acaba não sendo um escape das mudanças na dieta e da atividade física, o que constrói um self disciplinado, autocontrolado, restritivo e monitorado com incremento do capital simbólico e um impacto nas interações sociais. Posterior ao período pôs-cirúrgico imediato, verifica-se que a liberdade empreendida pelo corpo magro também representa uma liberdade para o consumo mais apropriado dos artefatos presentes no mercado da vida saudável.