RESUMO -O objetivo do trabalho foi avaliar a aplicação do bagaço de cana como material adsorvente. Os experimentos preliminares, cinético e de equilíbrio foram realizados em sistema batelada em mesa agitadora orbital sob temperatura e agitação constante. As melhores condições encontradas nos testes preliminares foram: pH 2,0, mistura granulométrica, temperatura de adsorção 30°C, velocidade de agitação 150 rpm e temperatura de secagem 30°C. O tempo de equilíbrio foi de 48 h, e o modelo cinético que melhor se ajustou aos dados foi o Elovich, característico de quimissorção. O equilíbrio de adsorção foi favorável, e não sofre influência da temperatura, a isoterma de Sips melhor representou os dados indicando adsorção em monocamada e superfície heterogênea, alcançando capacidade máxima de adsorção em torno de 10,5 mg g -1 , apresentando portanto potencial de remoção do corante reativo Azul 5G.
INTRODUÇÃOA contaminação dos sistemas aquáticos pelo desenvolvimento industrial caracteriza-se como um problema ambiental de elevada importância. Dentre os setores que mais afetam os ecossistemas aquáticos encontram-se as indústrias têxteis, as quais liberam quantidades expressivas de efluentes contendo corantes e outras substâncias químicas nocivas. Os corantes reativos são altamente visíveis, prejudicando a fotossíntese das plantas aquáticas, alguns são carcinogênicos e mutagênicos. Dentre os diversos métodos físicos, químicos e biológicos empregados no tratamento destes efluentes, os processos sortivos se destacam devido à sua elevada eficiência e facilidade de aplicação (Fiorentin et al. 2010;Vieira et al. 2011;Ghaedi et al. 2013;Módenes et al. 2013).Recentemente, diversos esforços têm sido realizados no desenvolvimento de adsorventes efetivos baratos. Materiais não convencionais de baixo custo, incluindo materiais naturais, resíduos industriais e agrícolas empregados no tratamento de diferentes contaminantes, como por exemplo, corantes presentes em efluentes têxteis. O carvão ativado é tradicionalmente utilizado nos processos de remoção de diversos contaminantes orgânicos, no entanto ele apresenta um custo elevado muitas vezes inviabilizando o processo (Rafatullah et al. 2010;Vieira et al. 2011).O bagaço de cana-de-açúcar é um subproduto do setor sucroalcooleiro produzido em grandes quantidades. Em torno de 50% é utilizado como fonte de energia nas destilarias e o restante é armazenado (Gusmão et al. 2012), este excedente além causar problemas de armazenamento gera diversas preocupações ambientais. O bagaço de cana-de-açúcar, desta forma, apresenta-se como Área temática: Fenômenos de Transporte e Sistemas Particulados 1