As associações hospedeiros-parasitos e as taxas de infestação de dípteros ectoparasitos da família Streblidae foram estudadas em morcegos da família Phyllostomidae na Floresta Atlântica no extremo sul do Brasil. Para as espécies mais abundantes de filostomídeos, foi examinado se há diferenças nos valores de prevalência e intensidade média dos ectoparasitos nas diferentes estações do ano e conforme sexo e idade do hospedeiro. Em quatro espécies de filostomídeos (Anoura caudifera (E. Geoffroy, 1818), Artibeus fimbriatus Gray, 1838, Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e Sturnira lilium E. Geoffroy, 1810) foram coletados 118 indivíduos de sete espécies de Streblidae (Anastrebla caudiferae Wenzel, 1976, Megistopoda aranea (Coquillett, 1899), Megistopoda proxima (Séguy, 1926), Metelasmus pseudopterus Coquillett, 1907, Paratrichobius longicrus (Miranda Ribeiro, 1907), Trichobius phyllostomae Kessel, 1925 e Trichobius tiptoni Wenzel, 1976). Para A. lituratus, A. fimbriatus e S. lilium, as taxas de infestação foram baixas e houve uma tendência à infestação ser maior no verão e outono, fato provavelmente relacionado à sazonalidade de temperatura na região, que afeta as taxas reprodutivas e a mortalidade dos ectoparasitos. A infestação por P. longicrus em A. lituratus não foi afetada pelo sexo e idade do hospedeiro. Para S. lilium, a infestação por M. proxima não foi afetada por sexo e idade do hospedeiro, com exceção da maior prevalência de ectoparasitos em indivíduos jovens. Os dados indicam que não existem diferenças comportamentais ligadas a sexo e idade do hospedeiro que favoreçam ou comprometam a infestação por Streblidae nestas espécies de morcegos filostomídeos.