Benefícios da prática de exercícios resistidos na prevenção de quedas em idosos: uma revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: O risco de quedas torna-se iminente com o envelhecimento e as repercussões inerentes a este evento se resumem, muitas vezes, em dependência e morte. Uma estratégia viável a ser utilizada junto aos idosos, com vistas a minimizar os efeitos do avanço da idade, principalmente o risco de quedas, é a implementação do exercício resistido. OBJETIVO: Investigar os benefícios do treinamento resistido na prevenção do risco de quedas em idosos. MÉTODOS: Por se tratar de uma revisão sistemática, foi realizada uma busca em quatro bases de dados: Pubmed, Lilacs, Scielo e Ebsco. Diante a proposta do estudo, 630 artigos foram encontrados e 7 selecionados, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Foram considerados como critérios de seleção os ensaios clínicos, nos quais o treinamento resistido foi implementado em idosos ativos sem relevantes patologias para a idade, como, por exemplo, diabetes, cardiopatias, distúrbios cognitivos e neuromusculares. Vale ressaltar que estudos com exercícios combinados como, por exemplo, aeróbico e resistido, foram excluídos. RESULTADOS: Após o período de intervenção foram observados, aumentos de força muscular, mobilidade, velocidade de deslocamento e otimizações nos equilíbrios dinâmico e estático. CONCLUSÃO: Os achados sugerem que o treinamento resistido apresenta ganhos substanciais no intuito de atenuar as mudanças fisiológicas e reduzir, potencialmente, o risco de quedas e fraturas em idosos. TITLE: Benefits of resistance exercise in preventing falls in the elderly: a systematic reviewABSTRACT BACKGROUND: The risk of falls becomes imminent with aging and the repercussions inherent to this event are often summarized in dependence and death. A viable strategy to be used with the elderly, in order to minimize the effects of advancing age, especially the risk of falls, is the implementation of resistance exercise. OBJECTIVE: To investigate the benefits of resistance training in preventing the risk of falls in the elderly. METHODS: As this is a systematic review, a search was performed in four databases: Pubmed, Lilacs, Scielo and Ebsco. In view of the study proposal, 630 articles were found and 7 selected, after applying the inclusion and exclusion criteria. Clinical trials were considered as selection criteria, in which resistance training was implemented in active elderly people without relevant pathologies for their age, such as, for example, diabetes, heart disease, cognitive and neuromuscular disorders. RESULTS: It is worth mentioning that studies with combined exercises such as, for example, aerobic and resistance, were excluded. After the intervention period, increases in muscle strength, mobility, displacement speed and optimizations in dynamic and static balances were observed. CONCLUSION: The findings suggest that resistance training has substantial gains in order to mitigate physiological changes and potentially reduce the risk of falls and fractures in the elderly.

Treinamento em casa para idosos com prevenção de queda: Artigo de revisão

“…Um estudo de revisão de Carlini Junior et al (2021), buscou investigar os benefícios do treinamento resistido na prevenção do risco de quedas em idosos. Após o período de intervenção foram observados, aumentos de força muscular, mobilidade, velocidade de deslocamento e otimizações nos equilíbrios dinâmico e estático.…”

“…Definida como uma mudança inesperada e não intencional de posição, que leva inadvertidamente o indivíduo a um nível inferior (Masud & Morris, 2001), a queda traz consequências e podem resultar na incapacidade da realização das atividades diárias dos adultos mais velhos como, por exemplo, caminhar, tomar banho e se vestir sozinhos (Junior et al, 2021). Além disso, os idosos que sofrem quedas também desenvolvem um medo significativo de cair (Sun et al, 2021).…”

“…Considera-se que as incidências de quedas são um caso de saúde pública, pois podem resultar em lesões (como hematomas, cortes ou escoriações), fraturas, redução na capacidade funcional, hospitalizações, prejuízos psicológicos (como o medo de sofrer novas quedas), podendo culminar em óbitos (Teixeira et al, 2019;Jiang et al, 2020). De acordo com Carlini Junior et al (2021), a incidência de quedas pode afetar cerca de 20% -30% dos idosos com mais de 60 anos e a partir dos 75 anos ela aumenta 5%, resultando em fraturas ou hospitalizações. De acordo com Rocha (2016), no período pós hospitalização, o tempo de imobilização e mobilidade reduzida durante a recuperação acarretam perda de massa muscular, resultando em perda de força e potência muscular.…”

“…Para Merquiades et al, (2009), as limitações ocasionadas pelo processo de envelhecimento podem ser atenuadas através do exercício físico, o que pode manter a capacidade funcional e qualidade de vida em boas condições. É possível envelhecer de uma forma saudável e, assim, garantir uma maior longevidade (Junior et al, 2021). Conforme Mori (2020), devido ao aumento da população idosa no mundo, ocorridas nos últimos anos, estudos que abarcam o conhecimento dos processos relacionados ao envelhecimento tem se tornando cada vez mais necessários.…”

Qualidade de vida, quedas e mobilidade de idosos portugueses, durante a pandemia COVID 19

“…Por outro lado, a QdVRS está altamente associada a problemas de mobilidade em idosos (Davis, Marra, & Liu-Ambrose, 2011;Fagerstrom & Borglin, 2010) e tem sido verificado que os idosos que perdem a sua mobilidade tendem a apresentar taxas mais elevadas de morbilidade, mortalidade, deficiência, internamentos, utilização de cuidados de saúde e custos associados (Guralnik et al, 1994;Hirvensalo, Rantanen, & Heikkinen, 2000;Lampinen & Heikkinen, 2003;Newman et al, 2006). Uma boa mobilidade é fundamental para um envelhecimento saudável e qualidade de vida e o treino resistido é muitas vezes apresentado com potencial para reduzir o risco de quedas e fraturas em idosos (Júnior, Silva, Batista, & Silva, 2021;Loureiro, Gomes, & Alves, 2021). A má qualidade de vida desta população tem sido associada a vários fatores negativos de saúde, incluindo quedas, admissão em lares de idosos e mortalidade (Fábrega-Cuadros et al, 2021;Van Leeuwen et al, 2019).…”