Objetivo: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de prematuros internados em unidade intensiva de hospital público do Paraná. Métodos: Estudo observacional retrospectivo com base em 170 prontuários de recém-nascidos <32 semanas, com nascimento e permanência na instituição de estudo e sem patologias associadas, internados entre 2017 e 2021. Os dados foram coletados entre junho e agosto de 2022, após aprovação do Comitê de Ética, e, posteriormente, foi feita análise descritiva, com frequências simples e relativas, média, mediana, desvio-padrão e intervalo interquartil, e inferencial, por meio do teste qui-quadrado e do teste de Mann-Whitney. Resultados: A maioria era do sexo masculino, parto cesáreo, muito prematura, com muito baixo peso, Apgar ≥7 no quinto minuto, necessidade de assistência imediata ao nascimento. Ocorreram 31 (18,2%) óbitos e houve maior frequência de hemorragia peri-intraventricular no sexo masculino, em recém-nascidos pré-termo, com menores idades gestacionais, peso ao nascer e Apgar. As medidas de cuidado mínimo foram registradas em 43 (25,3%) prontuários, que orientavam o cuidado neuroprotetor e reduziam o risco de lesão cerebral e problemas subsequentes. Conclusão: A identificação do perfil e de fatores passíveis de intervenção pode prevenir partos prematuros e diminuir o número de recém-nascidos afetados pela hemorragia peri-intraventricular. Ressalta-se a importância do desenvolvimento de políticas públicas e programas efetivos voltados à saúde materno-infantil, a fim de melhorar a qualidade da assistência e reduzir desfechos negativos.