Introdução: A pseudartrose congénita da clavícula apresenta-se como uma tumefação congénita indolor da clavícula, normalmente direita, afetando predominantemente o sexo feminino. Esta deformidade persiste ao longo da vida, não estando por norma associada a défice funcional. Descrição de um caso de pseudartrose congénita da clavícula com 12 anos de seguimento e revisão da literatura. Caso Clínico: Recém-nascido de termo, com gravidez e parto eutócico não complicados, apresentava, à observação, tumefação óssea (1x1 cm), no 1/3 médio da clavícula direita, sem limitação funcional do membro superior ou outras alterações. A imagem radiográfica mostrava um defeito ósseo no 1/3 médio da clavícula direita, com topos arredondados, lisos e regulares, sem evidência de calo ósseo. Foi estabelecido o diagnóstico de pseudartrose congénita da clavícula. Durante 12 anos de seguimento em consulta externa manteve-se assintomático, sem limitação funcional do membro superior, com desenvolvimento estaturo-ponderal normal, e nas radiografias realizadas mantinha as características descritas do defeito ósseo. Aos 4 anos, por motivos estéticos, foi proposta correção cirúrgica, que os pais recusaram. Conclusão: Sendo rara, a pseudartrose congénita da clavícula pode ser diagnosticada por uma história clínica adequada, exame objetivo e achados radiográficos típicos. é essencial excluir diagnósticos diferenciais, como fratura ou doenças ósseas raras, e tranquilizar os pais quanto à benignidade desta condição.