Tendo em vista a crescente adesão aos felinos domésticos, algumas doenças com evoluções atípicas necessitam de melhores condutas, e o reporte destas poderá auxiliar os clínicos veterinários na rotina de atendimentos desta espécie. Entre as doenças que podem ser relacionadas, o tromboembolismo aórtico felino possui alta taxa de mortalidade, evoluindo, normalmente de maneira fatal, já no primeiro episódio. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo relatar a remissão espontânea de tromboembolismo aórtico em um felino de 1 ano de idade, tendo em vista a necessidade de maior atenção com doenças cardiovasculares que afetam os felinos, sendo de suma importância acompanhar os achados clínicos para correto manejo terapêutico, principalmente os que proponham a não-recidiva da doença. Deu entrada para atendimento, em uma clínica veterinária particular, um paciente felino com 1 ano de idade, com queixa principal de paralisia de membros posteriores, sendo identificada cianose, hipotermia dos coxins plantares com perda de propriocepção e perda de resposta dolorosa à palpação. Após avaliação clínica e com a avaliação do hemograma e bioquímica sérica renal e hepática, foram observadas alterações e a suspeita presuntiva deste caso foi de tromboembolismo aórtico secundário a alteração hemodinâmica plaquetária. Foi instituída terapêutica com uso de antiagregante plaquetário e, passados 11 meses, não foram observados novos quadros. A literatura diz que quadros recidivantes são muito comuns, e que ocorrem principalmente nos felinos cardiopatas, contraponto os dados descritos neste relato.