ResumoEmbora existam vários herbicidas registrados para a cultura do café (Coffea arabica), pouquíssi-mos possuem seletividade para serem aplicados diretamente sobre as plantas em pós-emergência. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a seletividade do herbicida sulfentrazone para mudas de café, quando aplicado em pós-emergência, após implantação do cafezal. O trabalho foi desenvolvido com mudas de café, cultivar Catuaí Vermelho IAC 144. Foram realizados dois experimentos distintos, sendo o primeiro em 2012 (mudas com 300 dias e 12 pares de folhas) e o segundo em 2013 (mudas com 180 dias e sete pares de folhas). As mudas foram plantadas em vasos de polietileno de 4 L de capacidade, preenchidos com solo argiloso. Foram avaliados cinco tratamentos, sendo estes: sulfentrazone a 400, 550 e 700 g ha -1, além das testemunhas inicial e final sem aplicação. O estádio fenológico das mudas de café foi um fator determinante quanto à seletividade do sulfentrazone. O herbicida possui características seletivas às plantas de cafeeiro em estádio mais avançado de desenvolvimento, com destaque para a dose de 400 g ha -1, que permitiu crescimento das mudas mais velhas sem redução de massa seca de raízes. Nesse caso houve manifestação inicial de sintomas fitotóxicos, porém com recuperação fisiológica das plantas a partir dos 35 dias após tratamento. Os sintomas mais característicos de fitotoxicidade do sulfentrazone foram observados em plantas mais jovens de cafeeiro. Palavras-chave: Coffea arabica. Protox. Matocompetição. Controle.
IntroduçãoO cultivo do cafeeiro (Coffea arabica L.) possui grande importância para a economia brasileira, principalmente devido às divisas internacionais que proporciona, além da possibilidade de emprego para grande número de trabalhadores (CAIXETA et al., 2008). Atualmente, os principais estados produtores de café no país são: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná, correspondendo a mais de 90 % da produção nacional de café (COMPANHIA NACIONAL DE ABAS-TECIMENTO -CONAB, 2016).Dentre as diversas culturas perenes cultivadas no Brasil, o café destaca-se por sua sensibilidade à competição exercida pelas plantas daninhas, com reflexos negativos no crescimento das plantas jovens (FIALHO et al., 2012). Segundo Silva e Tomaz (2008), a competição das plantas daninhas com o cafeeiro é mais severa durante a fase de formação da lavoura (primeiro e segundo ano após a implantação) e também nos meses de outubro a março (época das águas), período que coincide com a frutificação do cafeeiro. Sabidamente, o cafeeiro possui crescimento lento quando comparado ao crescimento das plantas daninhas, o que permite que essas exerçam maior competição pelos recursos disponíveis, uma 1 Yara Brasil Fertilizantes S.A., consultor técnico comercial sênior. Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil. marcelo.goncalves@yara.com. Av.