Biologia reprodutiva de Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze (Rubiaceae), espécie dioica da região sudoeste do Estado de Mato Grosso, Brasil
1O gênero Cordiera (Rubiaceae) possui aproximadamente 25 espécies e ampla distribuição no Brasil. Seus representantes são árvores ou arbustos dioicos, com flores funcionalmente unissexuadas. Este estudo foi realizado em dois fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, no município de Tangará da Serra, MT. Foram investigadas a fenologia reprodutiva, a razão sexual, a morfologia e a biologia floral, o sistema e o sucesso reprodutivo. Cordiera macrophylla floresceu de julho a setembro, durante a estação seca, com pico sincrônico entre flores pistiladas e estaminadas. Flores estaminadas florescem antecipadamente e por um período mais prolongado que as pistiladas. A antese das flores pistiladas apresentou maior longevidade. A razão sexual foi de 1:1. Flores estaminadas são dispostas em inflorescências umbeliformes e as pistiladas são unifloras, ambas semelhantes morfologicamente. Os frutos são bagas verrucosas, polispérmicas. A taxa de formação de frutos por polinização natural foi de 95%, evidenciando a dependência dos polinizadores para a manutenção da espécie. O sucesso reprodutivo também foi alto, confirmando que a associação entre morfologia e biologia floral favoreceu a espécie nas áreas estudadas.
Palavras-chave:Biologia e morfologia floral, dioicia, display floral, fenologia de floração, sistema reprodutivo. Reproductive biology of Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze (Rubiaceae), a dioic species of the southwestern Mato Grosso, Brazil
Simone Santos de OliveiraThe gender Cordiera (Rubiaceae) has about 25 species and a wide distribution in Brazil. Its representatives are dioecious trees or shrubs, with functionally unisexual flowers. The study was carried out in two fragments of seasonal semideciduous forest, in the municipality of Tangará da Serra -MT. The reproductive phenology, sex ratio, morphology, and floral biology, as well as the reproductive system and success were investigated. Cordiera macrophylla bloomed in the dry season, from July to September, with synchronous peaks between pistillate and staminate flowers. Staminate bloom earlier and for a longer period than the pistillate flowers. The longevity of anthesis of female flowers was greater. The sex ratio was 1: 1. Staminate flowers are arranged in bell-shaped inflorescences and single-flowered pistillates, and are morphologically similar. The fruits are warty, polyspermic berries. The fruit formation rate by natural pollination was 95%, demonstrating the dependence on pollinators to maintain the species. The reproductive success was also high, confirming that the association between morphology and floral biology favored the species in the studied areas.