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Contexto: O quati é um mamífero da ordem Carnivora, da família Procyonidae, amplamente distribuído no Brasil. Quatis em cativeiro estão sujeitos a distúrbios nutricionais, com acúmulo de tecido adiposo na região abdominal e obesidade. Além disso, os procionídeos podem apresentar ectoparasitas, como pulgas, piolhos e carrapatos. Como há falta de informações sobre doenças em animais de cativeiro, este relatório tem como objetivo descrever um caso de prolapso retal em um quati. Caso: Um quati-de-cauda-anelada ( Nasua nasua) preso em cativeiro, com aproximadamente dois anos de idade, macho, com massa corporal de 1,7 kg, estava tranquilo e confortável ao sentar-se após uma briga com outros animais do grupo. O exame físico revelou um prolapso de 5 cm, inicialmente tratado com redução manual e sutura em forma de bolsa ao redor do ânus. Os exames copro-parasitológicos utilizando as técnicas de Willis-Mollay e Faust foram negativos. O hemograma mostrou anemia normocrômica, normocítica leve, hipoproteinemia, trombocitopenia e leucocitose devido a neutrofilia e monocitose. O exame bioquímico revelou hipocalcemia, e o animal foi tratado com cálcio. O prolapso retal ocorreu mesmo após a sutura na forma de bolsa. Portanto, foi realizada uma colopexia incisional por meio de uma celiotomia ventral mediana para promover uma adesão permanente entre o cólon e a parede abdominal. O animal evoluiu sem complicações e retornou ao seu recinto original 30 dias após a cirurgia. Na última avaliação, seis meses após a colopexia, o animal não apresentou sinais de recorrência. Discussão: Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento de prolapso retal completo em cães e gatos domésticos, como doenças prostáticas, cistite, urolitíase, constipação, corpos estranhos no reto e cirurgias perineais. No entanto, esses fatores não foram identificados no caso atual. Além disso, a lesão pode ocorrer secundariamente a colite, enterite ou endoparasitismo em cães e gatos domésticos jovens. No presente caso, o animal era adulto e seu exame coproparasitológico foi negativo, eliminando essas causas. Por outro lado, dois fatores podem ter contribuído, incluindo a briga com outros indivíduos da mesma espécie e hipocalcemia. Embora esses dois fatores tenham sido resolvidos com a separação do animal e o tratamento de reposição de cálcio, o prolapso recorreu mesmo após a sutura em forma de bolsa. Vale ressaltar que o animal não apresentava sinais clínicos relacionados à hipocalcemia, que está associada a várias doenças em cães e gatos domésticos, incluindo processos traumáticos. A colopexia foi a segunda opção de tratamento no caso atual. A técnica promove uma adesão permanente entre o cólon e a parede abdominal, impedindo assim o movimento caudal do cólon e do reto. A colopexia tem sido usada em cães e gatos domésticos com prolapso retal recorrente sem identificação de fatores predisponentes, o que inclui o presente caso. Em conclusão, o presente caso mostrou boa evolução da técnica de colopexia incisional no tratamento da recorrência de prolapso retal em quatis-de-cauda-anelada, cuja causa subjacente não pôde ser estabelecida. Até onde sabemos, este é o primeiro relato dessa condição em quatis. Palavras-chave: Cólon. Collopexia. Cirurgia. Vida selvagem.
Contexto: O quati é um mamífero da ordem Carnivora, da família Procyonidae, amplamente distribuído no Brasil. Quatis em cativeiro estão sujeitos a distúrbios nutricionais, com acúmulo de tecido adiposo na região abdominal e obesidade. Além disso, os procionídeos podem apresentar ectoparasitas, como pulgas, piolhos e carrapatos. Como há falta de informações sobre doenças em animais de cativeiro, este relatório tem como objetivo descrever um caso de prolapso retal em um quati. Caso: Um quati-de-cauda-anelada ( Nasua nasua) preso em cativeiro, com aproximadamente dois anos de idade, macho, com massa corporal de 1,7 kg, estava tranquilo e confortável ao sentar-se após uma briga com outros animais do grupo. O exame físico revelou um prolapso de 5 cm, inicialmente tratado com redução manual e sutura em forma de bolsa ao redor do ânus. Os exames copro-parasitológicos utilizando as técnicas de Willis-Mollay e Faust foram negativos. O hemograma mostrou anemia normocrômica, normocítica leve, hipoproteinemia, trombocitopenia e leucocitose devido a neutrofilia e monocitose. O exame bioquímico revelou hipocalcemia, e o animal foi tratado com cálcio. O prolapso retal ocorreu mesmo após a sutura na forma de bolsa. Portanto, foi realizada uma colopexia incisional por meio de uma celiotomia ventral mediana para promover uma adesão permanente entre o cólon e a parede abdominal. O animal evoluiu sem complicações e retornou ao seu recinto original 30 dias após a cirurgia. Na última avaliação, seis meses após a colopexia, o animal não apresentou sinais de recorrência. Discussão: Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento de prolapso retal completo em cães e gatos domésticos, como doenças prostáticas, cistite, urolitíase, constipação, corpos estranhos no reto e cirurgias perineais. No entanto, esses fatores não foram identificados no caso atual. Além disso, a lesão pode ocorrer secundariamente a colite, enterite ou endoparasitismo em cães e gatos domésticos jovens. No presente caso, o animal era adulto e seu exame coproparasitológico foi negativo, eliminando essas causas. Por outro lado, dois fatores podem ter contribuído, incluindo a briga com outros indivíduos da mesma espécie e hipocalcemia. Embora esses dois fatores tenham sido resolvidos com a separação do animal e o tratamento de reposição de cálcio, o prolapso recorreu mesmo após a sutura em forma de bolsa. Vale ressaltar que o animal não apresentava sinais clínicos relacionados à hipocalcemia, que está associada a várias doenças em cães e gatos domésticos, incluindo processos traumáticos. A colopexia foi a segunda opção de tratamento no caso atual. A técnica promove uma adesão permanente entre o cólon e a parede abdominal, impedindo assim o movimento caudal do cólon e do reto. A colopexia tem sido usada em cães e gatos domésticos com prolapso retal recorrente sem identificação de fatores predisponentes, o que inclui o presente caso. Em conclusão, o presente caso mostrou boa evolução da técnica de colopexia incisional no tratamento da recorrência de prolapso retal em quatis-de-cauda-anelada, cuja causa subjacente não pôde ser estabelecida. Até onde sabemos, este é o primeiro relato dessa condição em quatis. Palavras-chave: Cólon. Collopexia. Cirurgia. Vida selvagem.
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