Rev Assoc Med Bras 2006; 52(1): 1-16 7 À À À À Àbei ra do leito beira do leito beira do leito beira do leito beira do leito dois terços da amostra 4 . Desta forma, a monitorização eletroencefalográfica no status epilépticus visa estabelecer o diagnóstico acurado e a detecção de atividade convulsiva subclínica após controle das crises motoras 4 . A maioria das vítimas de trauma crânio-encefálico grave admitidos na terapia intensiva (UTI) apresentam longo tempo de internação, seqüelas neurológicas incapacitantes ou morte a longo prazo, sendo que apenas 20%-30% dos pacientes alcançam uma independência funcional na evolução. Entre os fatores prognósticos que influenciam a evolução neurológica destacam-se: hipoxemia, hipotensão, gravidade do insulto primário e o escore de coma de Glasgow na admissão. Os fatores que secundariamente afetam o prognóstico são: hipertensão intracraniana não controlada, redução do fluxo cerebral, hiperemia e isquemia cerebral. Estes fatores prognósticos indicam uma grande vulnerabilidade cerebral nos primeiros dias pós-trauma, em que o surgimento de insultos secundários afetam adversamente a evolução neurológica 2 . As convulsões e outros estados epileptiformes sabidamente promovem alterações neuroquímicas graves, piorando a lesão inicial e o prognós-tico. Em estudos clínicos, a incidência de atividade convulsiva clinicamente evidente pós-trauma grave é de 4%-10%, com pico nas primeiras 48 horas. No entanto, Vespa et al., avaliando a incidência de atividade epileptiforme através da monitorização eletroencefalográfica contínua em 94 pacientes com trauma craniano moderado a grave nos primeiros 14 dias pós-trauma, identificaram crises convulsivas e não-convulsivas em 21 pacientes (22%) a despeito da terapêutica anticonvulsivante. Em 52% dos casos, as crises eram não-convulsivas, identificadas apenas com o EEG. Os autores concluíram ser importante a utilização do EEG contínuo para detectar atividade convulsiva em pacientes com trauma craniano, uma vez que, mais de um entre cinco pacientes com trauma craniano moderado a grave, apresentam crises convulsivas na primeira semana pós-trauma, freqüen-temente subdiagnosticadas apenas com a avaliação clínica 2 . Em pacientes em coma, sem trauma craniano, sob monitorização contínua com EEG na UTI, Young et al. encontraram atividade convulsiva em 34% (43 de 127) dos pacientes, sendo que em 14% tratava-se de status epilepticus não-convulsivo, no qual a única manifestação clínica era coma e estupor. Ainda identificaram que o atraso no diagnóstico e a duração estavam associados a mau prognóstico 3 . Recentemente, Towne et al. avaliaram 236 pacientes em coma, sem história ou evidências clínicas de convulsões, e encontraram status epilepticus não-convulsivo em 8% da amostra através de EEG contínuo nos três primeiros dias de UTI. Os autores concluíram que apesar da incidência não ser elevada, o status epilepticus não-convulsivo, além de apresentar uma elevada morbidade é uma importante causa de coma e, desta forma, sugerem a inclusão da avaliação eletroencef...