Bioprospecção de biossurfactantes produzidos por fungos filamentosos da caatinga.

Abstract

O bioma Caatinga pode ser fonte para obtenção de metabólitos com características únicas, como os biossurfactantes, moléculas anfipáticas de origem microbiana capazes de reduzir a tensão superficial e emulsificar hidrocarbonetos. Este estudo teve como objetivo a bioprospecção de biossurfactantes produzidos por fungos filamentosos da Caatinga coletados no município de Sumé – PB, armazenados em forma de coleção no CDSA/UFCG, visando uma nova fonte para obtenção destes compostos. Nesta pesquisa, 11 fungos filamentosos foram avaliados em relação ao poder de ação emulsificante, no total 7 espécimes (63,63%) apresentaram resultados para Índice de Emulsificação (IE), estabilidade após 24 horas e Atividade de Emulsificação (AE), com destaque para os líquidos metabólicos produzidos pelos fungos CDSA17, CDSA54, CDSA71 e CDSA109 que também foram avaliados sob condições extremas de temperatura, pH e NaCl, apresentando maiores Índices de Emulsificação à temperatura de 60ºC, pH 5,0 e 7,0 e concentração salina de 10%. O estudo cinético foi realizado com o fungo CDSA109, demonstrando uma correlação de 0,731 entre a concentração celular e Atividade de Emulsificação, com maior Atividade a partir de 72 horas, possivelmente, na fase estacionária de crescimento. No planejamento fatorial 2², em duplicata, analisando as variáveis agitação (100 e 200 rpm) e concentração de glicose (15 g/L e 25 g/L), os fungos filamentosos testados apresentaram diferentes comportamentos e maiores IE foram obtidos sob condições de 100 rpm e concentração de glicose de 15 g/L. Utilizando a técnica de microcultivo foi possível identificar os fungos CDSA17, CDSA71 e CDSA109 como pertencentes ao gênero Aspergillus. Diante do exposto, é possível afirmar que os fungos filamentosos da Caatinga possuem potencial para produzir biossurfactantes.

Produção de biossurfactantes por Aspergillus fumigantus utilizando o sisal como substrato.

“…A influência da temperatura sobre o IE na presença de querosene pode ser confirmada observando-se o gráfico de superfície de resposta (Figura 13) que demonstra que os maiores valores de IE foram observados na temperatura de 45ºC. Cavalcanti (2014)…”