RESUMO -O cancro cutâneo é a neoplasia mais frequente de todas, com maior incidência na área de cabeça e pescoço, pela fotoexposição crónica. A estratificação do risco metastático linfático regional cervical tende a ser sistematizada de acordo com modelos de estadiamento tumoral, que são tendencialmente aceites no melanoma e carcinoma de células de Merkel, mas pouco consensuais no carcinoma espinocelular. Um dos focos de investigação é o risco de micrometástases em casos de tumores de estádio clínico e imagiológico N0, de que um modo geral varia entre 5% a 20% nos carcinomas espinocelulares, cerca de 20% nos melanomas e de 20 a 50% nos carcinomas de células de Merkel, dependendo de vários fatores de risco. A utilidade do gânglio sentinela e os protocolos de acompanhamento são também matéria de discussão.
PALAVRAS-CHAVE -
INTRODUÇÃOO cancro cutâneo é a neoplasia mais frequente no ser humano, com uma incidência de cerca de 2 milhões de casos/ano nos Estados Unidos. 1,2 A cabeça e pescoço, por ser uma área exposta a radiação solar, é também a de maior risco e maior frequência dos tumores cutâneos, contando com cerca de 80% dos casos. 2 Em Portugal não é possível uma comparação direta, já que o registo oncológico regional apenas contabiliza o melanoma maligno da pele. 3 A gestão terapêutica dos tumores cutâneos de cabeça e pescoço é delicada, sobretudo na gestão das margens cirúrgicas, pelas implicações na anatomia e função desta área esteticamente sensível. 4 Também a questão da metastização linfática regional é de complexa abordagem diagnóstica e cirúrgica devido a um padrão de drenagem linfática variável, arborização complexa e proximidade de estruturas vitais (como por exemplo via aérea, artéria carótida, veia jugular, canal torácico, nervos pneumogástri-co, frénico, espinhal e nervo facial). 5,6