RESUMO Os distúrbios vestibulococleares são de ordem multifatorial e possuem distintos fatores agravantes à sua condição, sendo de grande importância a discussão dessa temática para adequada abordagem do paciente com referido distúrbio. A orelha interna despende muita energia para seu adequado funcionamento, especialmente a estria vascular, cuja energia é oriunda da circulação sanguínea através da captação tecidual de oxigênio e glicose. Baseado na premissa de que distúrbios metabólicos podem afetar o ambiente da orelha interna, este trabalho tem por objetivo identificar correlação entre distúrbios metabólicos e disfunções vestibulococleares. Fora realizada uma busca a partir de fontes secundárias de dezesseis artigos nos bancos de dados Scielo, Medline e PubMed em junho de 2020 e, um livro referência da área otorrinolaringológica. A análise dos artigos evidenciou que os distúrbios metabólicos podem afetar diretamente o sistema vestibular e coclear, causando sintomatologia como vertigem, tontura e zumbido; assim como podem interferir de forma secundária na patologia pré-existente, funcionando como fator agravante vestibulococlear. Hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e distúrbios no metabolismo da glicose, despontam como os mais frequentes distúrbios geradores de disfunção vestibulococlear. Essa pesquisa apontou que a redução, ou remissão, das queixas otoneurológicas pelos pacientes acometidos por distúrbios metabólicos, esteve intimamente relacionada ao tratamento da doença base metabólica, seja com dietas restritivas ou tratamento medicamentoso. É imperativo o correto rastreio metabólico frente às queixas vestibulococleares para otimização terapêutica.