BNCC: disputa pela qualidade ou submissão da educação?

Abstract

Este artigo aborda a relação entre público e privado e os sujeitos que atuaram na elaboração da Base Nacional Comum Curricular-BNCC: neoliberais e neoconservadores ligados a diferentes instituições. A educação básica passa a ser alvo dos interesses desses grupos, que visam a influenciar o conteúdo da educação e direcionar as políticas educacionais. Os dados foram levantados através de análise documental, pesquisas já realizadas, sites, estabelecendo relações entre o público e o privado na BNCC. Os resultados apontam para a educação como espaço de disputa de projetos distintos e antagônicos.

Avaliação Em Geografia

“…É necessário salientar, todavia, que a versão disponibilizada em 2017, elaborada de forma apressada em um momento conseguinte ao processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, deliberou-se desprovida de transparência junto ao Conselho Nacional de Educação e desconsiderando grande parte das discussões elaboradas em conjunto com as figuras supracitadas (Peroni;Caetano;Arelaro, 2019). Nesse sentido, em sua edição final a BNCC estabelece-se em concordância com a autoridade estabelecida nas políticas nacionais a partir da ação do movimento empresarial, consonante com as posturas neoliberais (ainda que tomando como um ponto de partida pressupostos conservadores) e assumindo, junto às suas políticas pedagógicas, as demandas do capital internacional.…”

A Escolha De Livros Didáticos De Ciências Da Natureza No Ensino Médio Em Contexto De Implementação Da Base Nacional Comum Curricular: Os Processos E Os Espaços De Decisão Dos Docentes

“…No entanto, não se restringe apenas a uma direção das políticas educativas ou da formulação de políticas, há o controle da implementação das políticas no cotidiano escolar, seja pela adequação dos livros didáticos, pelas novas diretrizes para a formação docente e pelas avaliações em larga escala, o que ratifica a constatação da BNCC como um catalisador das reformas político-educacionais no Brasil da história do tempo presente. Como também indica Peroni (2020, p. 3 Na busca de uma síntese do debate exposto até o momento neste artigo, não está em disputa apenas a formulação das políticas pelo empresariado da educação e toda a problemática já apresentada da função da escola e do lugar do conhecimento na escola flexível e na formação do empreendedor, também está em disputa o controle pelos conhecimentos que estão na escola e pelo trabalho dos professores, que se radicaliza com a associação entre os neoliberais e os neoconversadores (Apple, 2002;Peroni, Caetano, & Arelaro, 2019;Peroni, 2020), pois "o interesse pela BNCC brasileira envolve tanto neoliberais quanto conservadores. O centro dessa disputa é um projeto de nação e de formação do trabalhador, em que a educação passa a ser o alvo dos interesses do grande capital" (Peroni, Caetano, & Arelaro;2019, p. 51).…”

“…Como também indica Peroni (2020, p. 3 Na busca de uma síntese do debate exposto até o momento neste artigo, não está em disputa apenas a formulação das políticas pelo empresariado da educação e toda a problemática já apresentada da função da escola e do lugar do conhecimento na escola flexível e na formação do empreendedor, também está em disputa o controle pelos conhecimentos que estão na escola e pelo trabalho dos professores, que se radicaliza com a associação entre os neoliberais e os neoconversadores (Apple, 2002;Peroni, Caetano, & Arelaro, 2019;Peroni, 2020), pois "o interesse pela BNCC brasileira envolve tanto neoliberais quanto conservadores. O centro dessa disputa é um projeto de nação e de formação do trabalhador, em que a educação passa a ser o alvo dos interesses do grande capital" (Peroni, Caetano, & Arelaro;2019, p. 51).…”

Tecnologias na mediação do trabalho pedagógico: uma nova perspectiva didática?

“…Como destacado, esta lógica já estava em curso desde antes da pandemia, colocando-se na esfera política neoliberal que visa reduzir a escola pública aos elementos básicos, tanto para reduzir gastos públicos quanto para mercantilizar o conhecimento e renunciar à igualdade na educação, propondo um currículo que seja diferenciado segundo a origem social dos estudantes. O universo de conhecimentos que transcende o acervo de conteúdos básicos pode ser estudado a distância e comercializado (LIBÂNEO, 2012;PERONI;CAETANO;ARELARO, 2019).…”