Conflitos de interesse: nada a declarar.
ResumoObjetivo: Analisar a validade de constructo do Índice de Katz para pacientes com diagnóstico de câncer.Método: Estudo psicométrico realizado para avaliar as evidências da validade da versão brasileira do Índice de Katz em pacientes com diagnóstico de câncer. Estudo realizado com 691 pacientes hospitalizados entre abril e junho de 2016. Os dados foram analisados por análise fatorial exploratória e confirmatória. A confiabilidade foi avaliada pelo alfa de Cronbach e ômega de McDonald.Resultado: Os participantes eram em sua maioria mulheres (72,6%), média de idade de 53,7±13,28 anos; 55,3% dos pacientes relataram não precisar de cuidador, e 56,6% não tinham cuidador. Dos 42,5% que precisavam de ajuda, o cuidador predominante foi um familiar (39,6%). A análise fatorial exploratória e confirmatória evidenciou que o Índice de Katz é um instrumento unidimensional, válido e confiável para avaliar a dependência nesta população, com boa variância e sem evidência de multicolinearidade ou necessidade de revisão (KMO=0,89437; teste de Bartlett x 2 =3337,2 p<0,001; UNICO=0,999, EC=0,974; MIREAL=0,122). O Índice de Katz explica 97,72% do fenômeno e os resultados indicam bom ajuste do modelo, nível aceitável de resíduos e boa confiabilidade (G-H=0,986; α-Cronbach=0,970560; Ω-McDonald=0,971787) para avaliar a independência para atividades de vida diária básicas em pacientes com diagnóstico de câncer.Conclusão: A versão brasileira do Índice de Katz apresenta excelentes evidências da validade de constructo e confiabilidade, podendo ser utilizada como instrumento clínico para avaliar a dependência de pacientes em tratamento oncológico.