A escolha do nível de amputação e da técnica cirúrgica a ser adotada nas amputações dos membros inferiores deve ser avaliada com muita atenção, pois influenciará diretamente na reabilitação física e na protetização do amputado.A preservação da articulação do joelho permitirá ao amputado uma marcha mais fisiológica e o processo de reabilitação mais funcional. Em situações específicas como nos traumas ortopédicos com lesão grave do membro inferior, a opção por uma amputação transtibial realizada imediatamente abaixo da tuberosidade tibial com manutenção da inserção do tendão patelar, pode resultar em cotos extremamente curtos, porem cotos funcionais. Amputados com cotos transtibiais extremamente curtos, com comprimento ósseo médio de 4,4cm, ao final do tratamento encontravam-se plenamente adaptados as próteses e satisfeitos com a qualidade de marcha após a reabilitação. Em situações eletivas, a indicação de amputações transtibiais clássicas podem ser substituídas por amputações com periosteoplastia tibio-fibular ou amputações com o uso do retalho plantar neuro-vascular pediculado e com fusão do calcâneo à tíbia. Os pacientes submetidos à técnica de periosteoplastia apresentaram grande capacidade na realização de descarga distal sem dor, durante a utilização de suas próteses.Pacientes submetidos às amputações transtibiais com uso do retalho plantar neuro-vascular pediculado e com fusão do calcâneo à tíbia, apresentaram como resultado um coto ósseo distal bastante estável, com maior área terminal para descarga de peso e fixação do próprio soquete protético, contribuindo muito no processo de reabilitação. Nestas três situações distintas, realizadas com técnicas cirúrgicas não convencionais, como nos cotos transtibiais extremamente curtos, na perioplastia tibio-fibular e com uso retalho plantar neuro-vascular pediculado e fusão do calcâneo à tíbia; excelentes resultados puderam ser observados no processo de reabilitação e na confecção customizada das próteses, quando comparada com as amputações transtibiais clássicas.