A literatura sobre diversidade na área de contabilidade demonstra o fenômeno da superinclusão, focando geralmente nas experiências das mulheres como categoria universal. No entanto, o foco está nas experiências das mulheres brancas. Neste texto, argumentamos que a teoria interseccional é uma forma possível de abordar essa questão, pois é uma teoria baseada nas interações entre sexo, gênero, raça/etnia e sexualidade e como esses elementos e suas interações dão origem a um “regime de desigualdade”. Adotando este referencial, pretendemos compreender o desenvolvimento profissional de membros de grupos não hegemônicos que alcançaram a posição de sócios em firmas de auditoria. Adotamos uma abordagem de pesquisa qualitativa, conduzindo seis entrevistas em profundidade sócios e sócias das Big Four. Analisamos nossas evidências usando as categorias de Acker (2006) “bases das desigualdades” e “processos organizadores que produzem desigualdade”, propondo a categoria empírica “(in)alteráveis regimes de desigualdade?” Este trabalho amplia a literatura sobre diversidade ao aprofundar a discussão sobre a inclusão de grupos minoritários em firmas de auditoria, trazendo uma visão latino-americana das práticas de diversidade..