“…Essas análises pautaram outras pesquisas que examinam como o gênero, imbricado com outras categorias de diferenciação, opera na migração, a exemplo do estudo de França (2017) sobre a produção de uma nova categoria de refugiados com base na orientação sexual e na identidade de gênero ("refugiados LGBTI"), parcialmente reconhecida por agências migratórias internacionais. Há também pesquisas como a de Togni (2014), com jovens brasileiros em Portugal, que trata das relações entre mobilidade, gênero e sexualidade; de Rangel (2018), com dançarinos(as) brasileiros(as) nos Estados Unidos, que analisa processos de materialização e comercialização de corpos nacionalizados, e de Debert (2016), com mulheres da América Latina, da África e da Ásia na Itália, que examina as relações entre gênero, trabalho e cuidado. Já Padovani (2016;, cuja etnografia foi realizada com brasileiras presas em Barcelona e estrangeiras presas em São Paulo, incorpora aos debates sobre interseccionalidades e migrações as discussões sobre margens urbanas, crime, prisão e ilegalismos 20 , analisando a produção de redes de afetos e "amores" vividos por meio de penitenciárias femininas.…”