Brazilian far-right neoliberal nationalism: family, anti-communism and the myth of racial democracy

The Anti-Homophobia Bill (PLC 122) in Brazil: Conspiracies and Conflicts Between the Constitution and the Bible

“…Regarding the authors of anti-LGBTQ bills and their political parties' ideology, if placing them in the political spectrum of left-center-right ideologies, most of them are located in center-right, right, or far-right parties (Figure 2). Such phenomena bring to light how Brazilian politics polarizes disputes in electoral results, more evident in the general elections of 2018, with several rallies emphasizing the left-right battle for the presidency (Iamamoto et al, 2021;Rocha et al, 2021).…”

“…Such analysis is ever more relevant since the 2019 Supreme Court decision criminalizing LGBTphobia. Additionally, after the 2018 general elections, the Brazilian political landscape became ever more polarized, leading to radicalization and manipulation of policy discourses mainly affecting social policies and human rights (Iamamoto et al, 2021;Rocha et al, 2021). Opposition to LGBTQ rights in the Brazilian Congress is not a project initiated by the farright government; it dates back to the Constituent time (1988) and similar discourses, concerns, and strategies persisted throughout its legislative history.…”

Família Forte, Nação Soberana: Família E a Representação De Identidade Nacional Na Política Externa Do Governo Bolsonaro

“…Em alguns contextos nacionais a Igreja Católica se somou a essa aliança na luta pró-democracia, como no Brasil. Isso não quer dizer que as pautas desses movimentos foram aceitas e incorporadas sem tensões e/ou marginalizações, com algumas demandas até mesmo sendo ridicularizados e rechaçados, mas que em determinado momento, houve uma aproximação entre Igreja Católica, esquerda e movimentos feministas e homossexuais que, a luz das ofensivas antigênero hoje, marca uma ambivalência do catolicismo latino-americano, inclusive o brasileiro, em relação a pautas de 52 No Brasil, o crescimento demográfico das religiões protestantes está relacionado ao declínio da influência da Igreja Católica no país (Iamamoto;Summa, 2021). 53 Enquanto os protestantes possuem objetivos de moralização da vida política por causa de uma profecia sobre a segunda vinda de Deus (Buss;Herman, 2003), o que em parte explica no Brasil sua presença crescente nos poderes Executivo e Legislativo Brasil, apoiando a tradição, autoridade e valores religiosos, os outros atores, sobretudo da extrema direita política, se engajam no ataque ao gênero por razões principalmente políticas e econômicas, sendo possível associar a ascensão de ambos tanto no cenário político brasileiro quanto do restante da América Latina (Fassin, 2021).…”

“…Isso contribui para o fortalecimento da retórica nacionalista da extrema direita, associando o gênero a uma percepção de intervenção estrangeira, via elites culturais globalistas, que buscam enfraquecer o país. O anticomunismo, nesse sentido, é historicamente importante para justificar intervenções autoritárias, funcionando como pedra angular do conservadorismo autoritário no Brasil, sendo, neste contexto, utilizado para se opor e barrar políticas que visam desmontar hierarquias de classe, gênero e raça (Santana, 2022;Iamamoto;Summa, 2021). É necessário, portanto, ressaltar as marcas permanentes da colonização católica e da participação estruturante militar na história política nacional brasileira, reconhecendo que os representantes contemporâneos destes acontecimentos têm erodido as recentes estruturas legais democráticas e progressistas e práticas de laicidade e secularismo que, desde seu nascimento a partir da Constituição Cidadã de 1988, nunca foram muito sólidas.…”

“…O Brasil do governo de Jair Bolsonaro (2018Bolsonaro ( -2022 foi ator importante nesse quadro. Promovendo um nacionalismo religioso de extrema direita Casarões, 2023), sua gestão adaptou tendências ideológicas difundidas na sociedade brasileira ao discurso transnacional ultraconservador nacionalista (Iamamoto;Summa, 2021). A atuação internacional do país foi parte fundamental da construção daquele Brasil; a promessa dessa gestão era de realinhar a política externa nacional para representar o que os cidadãos brasileiros desejavam de "verdade", isto é, de acordo com seu projeto ideológico vencedor pró-família, cristão e neoliberal Araújo, 2019a).…”