INTRODUÇÃO: O câncer de mama feminino é o tipo de câncer mais frequente no país e em todas as regiões brasileiras e, quando diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, apresenta bom prognóstico. A pandemia da COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV 2, afetou mundialmente o diagnóstico precoce de inúmeras doenças por meio das medidas restritivas para conter a propagação do vírus nos anos de 2020 e 2021, inclusive o diagnóstico do câncer de mama. OBJETIVO: Analisar o impacto da COVID-19 na realização das mamografias no Brasil e suas consequências no diagnóstico precoce do câncer de mama. MÉTODO: Estudo retrospectivo, descritivo e transversal no período de 2018 a 2021. Os dados epidemiológicos foram obtidos do Sistema de Informação do Câncer de Colo de Útero e Mama (SISCAN). RESULTADOS: Em relação à quantidade de mamografias realizadas durante o período de 2018 a 2021, nos anos “pré-pandemia”, a tendência ascendente dos anos anteriores continuou mantendo uma quantidade relativamente estável de mamografias. Entretanto, a chegada da pandemia teve um impacto discernível nas taxas de realização de mamografias. Em 2020, ano de início das medidas restritivas, mostrou queda acentuada de 40% no número total de exames realizados, rompendo a tendência anterior. No ano de 2021, houve um leve aumento do número de mamografias em relação ao ano anterior, não retornando, entretanto, à quantidade de mamografias dos anos que antecedem a pandemia. CONCLUSÃO: Houve impacto significativo da pandemia da COVID-19 na realização de mamografias e, consequentemente, no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama.