Bronquiolite aguda como condição sensível a atenção primária, em uma cidade no sul do brasil

Abstract

A Bronquiolite, que ocorre frequentemente em lactentes jovens, com predomínio nos meses de inverno. É sensível a atenção primária à Saúde (APS) pela portaria nº 221 do dia 17 de abril de 2008 do Ministério da Saúde, porém ocupa um grande contingente hospitalar. Se observou os índices de internação hospitalar referentes à bronquiolite em crianças de faixa etária de 0-9 anos, no período de 2012/2013, em Pelotas, avaliando a qualidade da atenção básica e seus efeitos no processo de internação. Constatou-se que ocorreram 323 internações, sendo 174 em 2012 e 149 em 2013. A faixa etária mais prevalente foi em crianças menores de 1 ano (83,59%), após 1-4 anos (15,17%), e 5-9 anos (1,23%). A doença é autolimitada e é prevenível por medidas simples de higiene, é possível depreender que o número de hospitalizações por bronquiolite pode estar relacionada à carência de ações de prevenção efetivas nos serviços de APS.

Internações por bronquiolite aguda na rede pública da Região Metropolitana de Porto Alegre – RS de 2012 a 2014

“…Na tabela 3 encontra--se o valor médio pago nas internações segundo faixa etária e sexo. O presente estudo corrobora outros que apontam a predominância de internações por bronquiolite aguda em menores de um ano de idade (CABALLERO et al, 2017;DE MENEZES et al, 2017;BRANDÃO et al, 2017;MATA et al, 2020).…”

“…Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), embora difícil quantificar, estima-se que as infecções do trato respiratório inferior causem aproximadamente 4 milhões de mortes por ano, sendo considerada a principal causa de morte em crianças abaixo de 5 anos (OMS, 2017). Estudo realizado em um hospital em Pelotas, Rio Grande do Sul, constatou a incidência de 323 internações por bronquiolite aguda em crianças de 0 a 9 anos de idade, entre 2012 e 2013, sendo 83,59% de menores de um ano (DE MENEZES et al, 2017). Pesquisa de Brandão et al (2017), da mesma forma, constatou em um estudo transversal proveniente de uma coorte de nascidos vivos a prevalência de bronquiolite viral aguda no primeiro ano de vida de 68,6% (461 crianças).…”

“…Não obstante, foi fator de risco para asma aos 6 anos de idade em crianças com história parental de asma (OR: 2,66, IC 95% (1,10-6,40), efeito modificador p = 0,002). É possível manejar a bronquiolite no âmbito ambulatorial ao invés do hospitalar quando se tem atenção primária efetiva e capaz de educar os responsáveis quanto aos cuidados da criança durante o curso da doença, enfatizando a cessação dos fatores externos desencadeantes e de risco para piora clínica como o fumo passivo (DE MENEZES et al, 2017). Análises das características das hospitalizações, contudo, podem contribuir em intervenções importantes principalmente por ser um campo ainda pouco explorado (DE MENEZES et al;BRANDÃO et al, 2017).…”

O comportamento da Bronquiolite durante a pandemia de COVID-19

“…É possível manejar a bronquiolite no âmbito ambulatorial ao invés do hospitalar quando se tem atenção primária efetiva e capaz de educar os responsáveis quanto aos cuidados da criança durante o curso da doença, enfatizando a cessação dos fatores externos desencadeantes e de risco para piora clínica 5 . Medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio de bronquiolite incluem higiene das mãos (lavagem com sabonete ou fricção à base de álcool) para minimizar a transmissão de agentes infecciosos, redução a exposição passiva à fumaça do cigarro e evitar contato com indivíduos com infecções do trato respiratório 6 .…”