A doença falciforme (DF) é causada por mutação no gene que codifica a cadeia β da globina, resultando na produção de uma hemoglobina anômala, denominada hemoglobina S (HbS). Sua incidência em Minas Gerais é de 1:1400 nascidos vivos, segundo o Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PETN-MG). Ela se caracteriza por um estado inflamatório crônico, resultando em anemia hemolítica e eventos vasoclusivos. Diante da relevância dessa doença hereditária, o presente estudo teve como objetivo avaliar seu impacto em relação à inserção no mercado de trabalho de pessoas portadoras da condição, bem como a assistência em saúde fornecida a elas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Para tanto, foi realizado estudo transversal, descritivo, do qual participaram 34 pessoas portadoras de DF, residentes na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Para o recrutamento dos participantes foi empregada a técnica de amostragem "bola de neve" ("snowball sampling") e realizada entrevista semiestruturada, após assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo revelou que existe um comprometimento no atendimento prestado pela atenção básica em saúde e pelos serviços de urgência e emergência a essa população, caracterizado pela falta de capacitação das equipes de saúde. Também foi observado que a DF exerce importante impacto negativo sobre a atividade laboral das pessoas com a doença, já que apenas 8,1% delas eram ativas laboralmente e, consequentemente, sobre sua situação socioeconômica, com 93,7% percebendo uma renda mensal extremamente baixa representada por menos de um salário mínimo. Palavras chaves: Doença falciforme. Atividade laboral. Serviços de saúde.