Resumo. Anatomia de caule e raíz de Ipomoea cairica (L.) Sweet (Convolvulaceae) -a Síndrome Vascular Lianescente. Entre as espécies de Ipomoea de importância econômica, a liana Ipomoea cairica se destaca por grande potencial farmacológico. Considerando que a variação cambial presente em Ipomoea não está diretamente relacionada ao hábito, o presente estudo tem como objetivo listar o grupo de características anatômicas que definem a Síndrome Vascular Lianescente na espécie, assim como verificar se existe variação entre o lenho do caule e da raiz. Secções transversais e longitudinais de material fresco foram analisadas qualitativa e quantitativamente. Assim, verificou-se que a anatomia da madeira de I. cairica é semelhante à de outras espécies de Ipomoea, incluindo xilema secundário com anéis de crescimento indistintos e vasos com porosidade difusa, principalmente solitários, placa de perfuração simples, pontoações areoladas alternas, tiloses, raios heterocelulares, principalmente uniseriados e a presença de raios não lignificados. As características da "síndrome vascular lianescente" estão relacionadas ao vaso dimorfismo e à alta porcentagem de parênquima. Entretanto, análise estatística mostrou diferenças no diâmetro de vasos, com valores maiores, e frequência de vasos, com valores mais baixos, para as raízes. Essas diferenças devem estar relacionadas ao ambiente em que o órgão se desenvolve, assim como com os mecanismos envolvidos na condução hídrica. Estudos específicos possibilitarão testar esta hipótese. Palavras-chave: câmbios sucessivos, dimorfismo dos vasos, drusas, glória da manhã, parênquima não lignificado, variação cambial.