“…É fundamental considerar, para a compreensão da constituição histórica da Educação do Campo, seu vínculo de origem com as lutas por educação nas áreas de Reforma Agrária e como, especialmente nesse vínculo, a Educação do Campo não nasceu como uma crítica apenas de denúncia, mas como contraponto de práticas, construção de alternativas, de políticas, ou seja, como crítica projetiva de transformações. produção e comercialização, como feiras camponesas de base agroecológicas, fomentando a autonomia camponesa; i) a análise do uso e implicações dos agrotóxicos à saúde humana e ambiental (RIGOTTO, 2011), vinculada ao debate da questão agrária, com base em metodologias participativas, contando com a elaboração de mapas sociais (croquis), a realização de oficinas e cursos (incluindo a interpretação de imagens e mapas) e a exibição e debate de vídeos e documentários sobre o tema; j) a compreensão sobre a territorialização do capital no campo, a partir da análise da expansão do agronegócio e da (in)sujeição do território camponês ao capital (FREITAS, 2017), verificando os impactos socioambientais para a reprodução (i)material da vida camponesa, além das mudanças no processos educacionais, tais como o fechamento das escolas do campo, dentre outros; l) a análise da geografia camponesa, a partir da caracterização e das especificidades que constituem as espacialidades da agricultura camponesa, vinculada ao debate da questão agrária e da economia política do campesinato (SHANIN, 1976;1991), relacionadas ao contexto societal, compreendendo o papel dos sujeitos sociais e políticos, do Estado e do capital privado nesse processo.…”