Na abertura comercial dos 1990s, a indústria brasileira de máquinas e implementos agrícolas ampliou suas vantagens comparativas, ao contrário do setor de bens de capital brasileiro. Analisando o padrão e volume de comércio internacional destes bens pelo Brasil, identificamos três elementos principais: "externalidades locais, custo-transporte e diferenciação em qualidade nos produtos". Iniciamos com uma sistematização teórica destas relações. Segue uma análise empírica focando, primeiro, na evolução deste comércio e, posteriormente, em seu padrão e direção. Constata-se: (a) o efeito do custo-transporte no volume e padrão de comércio; (b) a concorrência por qualidade sincronizada à renda dos agricultores; e (c) a existência de externalidades locais pelo viés geográfico desta indústria para os antigos centros agrícolas. Este viés também sugere barreiras à entrada associadas a custos fixos.