Câncer é possivelmente a doença mais temida na atualidade. Por seu caráter crônico, exige ajustamentos em múltiplos domínios na vida do paciente, com evidências indicando que fatores físicos, emocionais, cognitivos, interpessoais e comportamentais estão interrelacionados e contribuem para o ajustamento de cada indivíduo. A perspectiva de superação de uma experiência desafiadora como o câncer pode resultar no desenvolvimento do que alguns autores denominam de crescimento pós-traumático. O objetivo consistiu em identificar os fatores relacionados ao crescimento pós-traumático a partir do diagnóstico e tratamento de câncer de mama. Participaram deste estudo trinta mulheres diagnosticadas com câncer de mama em tratamento no Hospital Geral do Interior de São Paulo. Para o processo de coleta de dados foram utilizados, questionário sociodemográfico, Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar, Escala de esperança de Herth, Escala de Apoio Social, Escala de Ajustamento Mental para o câncer e Inventário de Crescimento Pós-Traumático. Resultados: verificou-se que variáveis como idade, possuir um companheiro, maior tempo de diagnóstico, esperança, menores indicadores de depressão, maior nível de escolaridade e religião são fatores que colaboram para o desenvolvimento do crescimento pós-traumático. Estes resultados apontam para a importância da identificação destas variáveis no perfil psicossocial de pacientes com câncer, e principalmente para a necessidade de elaborar intervenções que possam promover a manutenção e o desenvolvimento de fatores de proteção em face dos estressores do tratamento.