O objetivo deste estudo foi identificar as barreiras existentes para o acesso de pessoas com deficiência (PCD) às atividades esportivas de um núcleo da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil (APABB), localizada em uma capital no sul do Brasil, tendo como foco a perspectiva dos pais de PCD e de profissionais da instituição. O estudo foi de cunho qualitativo e exploratório e envolveu entrevistas semiestruturadas e individuais com onze pais e dois profissionais da APABB. Realizamos uma análise temática dos dados, buscando pelos principais temas abordados. De acordo com os participantes, as principais barreiras são: (1) escassez de oportunidades de acesso a atividades esportivas decorrentes de dificuldades financeiras e falta de políticas públicas que facilitem o acesso; (2) barreiras atitudinais como estereótipos, preconceito e bullying normalmente associado às PCD; (3) falta de banheiros unissex, o que não permite que cuidadores do sexo oposto possam auxiliar seus filhos e prevenir possíveis situações de abuso sexual, constrangimentos e violência por parte de terceiros; (4) problemas arquitetônicos (ex. falta de banheiros adaptados e ausência de rampas), urbanísticos (calçadas acessíveis) e de transporte; (5) falta de categorias de acordo com o nível de habilidade nas competições; (6) despreparo de profissionais para o trabalho com PCD; (7) dificuldade de conciliar o horário da prática com as outras atividades cotidianas. Este estudo fornece subsídios para construção de políticas públicas e busca de estratégias que visem minimizar as barreiras encontradas e ampliar o acesso de PCD ao esporte.
Palavras-Chave: Pessoas com deficiência. Barreiras. Esporte. Atividade física. Estudo qualitativo.