O papel da intensidade e do volume na prescrição do exercício e os impactos na prescrição nutricional The role of intensity and volume in exercise prescription and the impacts on nutritional prescription Resumo O interesse acadêmico-social-profissional pelos efeitos da manipulação das variáveis agudas do treinamento, em especial a intensidade e o volume, tem se tornado cada vez mais evidente na literatura. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é traçar uma discussão dos efeitos adaptativos morfofuncionais quando da manipulação tanto da intensidade quanto do volume de treinamento, com enfoque nas capacidades de resistência e força muscular. A literatura tem reportado há algum tempo, no tocante ao treinamento de resistência, significativos efeitos morfofuncionais derivados tanto da manipulação da intensidade como do volume de treinamento, porém o apelo mais contemporâneo versa para a intensidade, uma vez que esta consegue gerar adaptações morfofuncionais de forma time-efficient. Destaca-se, entretanto, que a maior porcentagem de treinos, em periodizações voltadas às modalidades de endurance, prioriza o volume em detrimento da intensidade, sem perder a qualidade nos efeitos adaptativos desejados, em especial a biogênese mitocondrial, a angiogênese e a maior expressão das enzimas oxidativas. Em relação à força muscular, o volume de treinamento tem sido alvo de diversas investigações, uma vez que há uma relação dose-resposta ótima para cada sujeito em termos morfofuncionais. Quanto à intensidade dos treinos de força, o que se questiona é a real aplicação dessa variável na rotina, uma vez que a sua realização de fato depende, dentre outros, do histórico de treinos, da aderência, do dolo e dos objetivos dos sujeitos envolvidos. Nesse quesito, a literatura tem valorizado a intensidade quando os objetivos se voltam especificamente às adaptações na função, enquanto certa democracia literária tem sido encontrada quando os objetivos se voltam às adaptações morfológicas. Do ponto de vista nutricional, a intensidade dos esforços deve atrair a atenção para aspectos primordiais como os substratos das vias anaeróbicas, a função tamponante, a síntese proteica miofibrilar e a estimulação do sistema nervoso. Já o volume dos esforços, quando analisado do ponto de vista nutricional, necessita de especial atenção quanto ao poder antioxidante da dieta, a distribuição de todos os macronutrientes, a síntese proteica mitocondrial, a angiogênese e as adaptações oxidativas. Conclui-se, portanto, que dentro de um processo de preparação física, a despeito do objetivo morfofuncional e da capacidade física a ser considerada, é crucial manipular periodicamente as variáveis intensidade e volume, acreditando no amplo poder adaptativo desencadeado por esta Palavras-chave: Exercício físico, intensidade, volume, metabolismo energético, prescrição nutricional.