A caracterização dos sistemas deposicionais costeiros através do uso e interpretação dos dados de sensoriamento remoto, viabiliza estudos tanto em superfície quanto na subsuperfície desse ambiente. Em um cenário de mudanças ambientais globais, os ambientes deposicionais costeiros configuram-se como um dos ecossistemas mais vulneráveis a elevação do nível do mar. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a dinâmica morfológica do pontal arenoso do rio Araranguá, em Santa Catarina, entre os anos de 1984 e 2021, a partir de imagens de satélite multiespectrais em superfície dos sensores ópticos orbitais Thematic Mapper (TM)/Landsat 5, Enhanced Thematic Mapper Plus (ETM+)/Landsat 7 e Operational Terra Imager (OLI)/Landsat 8. Para isso, foi utilizado um intervalo de 37 anos de imagens de satélite, cujo dados foram obtidas no banco de dados “Earth Explorer”, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. O processamento digital das imagens foi realizado no software ENVI, versão 5.3. As feições deposicionais foram identificadas, vetorizadas e os mapas temáticos foram gerados no software ArcGIS®, versão 10.3. Os dados morfométricos gerados foram tabulados, analisados e comparados em planilhas eletrônicas. O pontal apresenta tendência de acreção sedimentar em relação a sua área e comprimento, e está em processo de progradação em direção nordeste. O pontal progradou aproximadamente 3550 m no período analisado, e sua área acresceu 670 m². A taxa média de progradação calculada foi de 98,5 m por ano. A morfodinâmica do pontal arenoso do rio Araranguá está condicionada aos eventos de sobrelavagem costeira, inundação e as intervenções humanas.