O Complexo Várzea do Capivarita está representado por paragnaisses dispostos como megaxenólitos nos granitos da Suíte Encruzilhada do Sul e como fragmentos menores nos granitos Quitéria e Cordilheira. Essas unidades graníticas afloram no extremo norte do Batólito Pelotas, porção leste do Cinturão Dom Feliciano, próximo a Encruzilhada do Sul. O complexo é constituído por gnaisses pelíticos, com ocorrência subordinada de gnaisses calci-silicáticos, mármores, gnaisses quartzo-feldspáticos e raros quartzitos. Os gnaisses pelíticos possuem injeções de corpos tabulares de muscovita leucogranitos peraluminosos com espessuras centimétricas a métricas. Neste trabalho foram feitas análises petrográficas e microestruturais de seções delgadas representativas das litologias do complexo e a caracterização estrutural da área de estudo. A integração desses dados permitiu avaliar a migmatização dos paragnaisses e a geração das injeções leucograníticas. As condições metamórficas estabelecidas com base nas paragêneses identificadas indicam temperaturas da ordem de 850 a 1000°C e pressões entre 6 e 10 kbar, caracterizando um metamorfismo orogênico de fácies granulito, da série de pressão intermediária e de ultra-alta temperatura (UAT). A concordância estrutural entre o bandamento (S2) dos paragnaisses e a foliação ígnea (S0 ) do leucogranito indica que ambas foram formadas no mesmo evento, implicando que a migmatização dos paragnaisses do Complexo Várzea do Capivarita gerou os leucogranitos peraluminosos durante o ápice do metamorfismo orogênico colisional.