Caracterização Sociodemográfica E Clínica De Crianças E Adolescentes Com Gastrostomia

Abstract

Objetivos. Caracterizar o perfil de crianças e adolescentes com gastrostomias em um hospital público. Metodologia. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa realizada em Teresina entre julho a Outubro de 2015 mediante entrevista aos pais com filhos que possuíam gastrostomia. Resultados. A amostra foi composta por 17 crianças e adolescentes, predominando o sexo masculino (58,8%), cor parda (64,7%), menor de um ano (29,4%), com renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (47%). A principal causa para confecção da gastrostomia foi a paralisia cerebral (58,8%) e o principal diagnóstico foi o refluxo esofágico (58,8%). A maioria utilizava a sonda de Folley (77%), sendo que a hiperemia foi a principal complicação na pele periestomal. Conclusão. Com estudo foi possível identificar o perfil de crianças e adolescentes com gastrostomia e as principais causas de gastrostomia.

Gastrostomia em pediatria: aspecto clínico epidemiológico

“…Os resultados obtidos neste estudo evidenciaram o predomínio de crianças do sexo feminino, porém, não foi encontrado suporte teórico para tal prevalência. Estudos publicados no Brasil (6,8,(10)(11) , evidenciaram a maioria sendo do sexo masculino.…”

“…Em uma pesquisa realizada junto a 17 crianças e adolescentes com gastrostomia, os autores constataram que a maioria das crianças não frequentavam a escola (6) , resultado semelhante foi encontrado. Em contrapartida, cabe salientar que 38,4% das crianças estão em idade escolar, porém, não frequentam a escolar, dado obtido mediante a coleta de dados.…”

“…A principal indicação da gastrostomia foram os distúrbios de deglutição de origem muscular ou neurológica. Resultado semelhante foi obtido no Nordeste do Brasil (6) . Crianças prematuras que apresentam anormalidades do trato digestivo superior, malformações do sistema nervoso central e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor estão predispostas a desenvolverem disfagia na fase orofaríngea (fase oral e faríngea).…”

“…As crianças com gastrostomia dependem de tecnologias em saúde (5)(6) (dispositivo de alimentação) justaposto ao seu corpo para sobreviverem, logo são consideradas pessoas com deficiência física, conforme estabelecido na legislação (2) . As estratégias de acolhimento por parte da equipe de saúde aos pais de crianças com deficiência física são essenciais ao processo de inclusão frente às necessidades que emergem a cada dia (5)(6)(7) .…”

“…O cuidado a criança em uso de gastrostomia é feito pela equipe multidisciplinar, cabendo ao enfermeiro planejar, gerenciar e organizar ações educativas que envolvam pais/responsáveis/família/cuidadores, no processo do cuidar durante o período de internação (2,12) . Essas ações devem enfatizar cuidados diários (administração nutrição enteral via gastrostomia e curativo), identificação de complicações na estomia e pele, e incidentes relacionados a saída acidental do cateter, visando proporcionar a família autonomia e segurança no cuidado a seu filho quando este retorna ao domicílio (2)(3)(4)(6)(7)(8)(9) .…”