Os resultados de testes psicológicos são comumente usados para diagnosticar crianças que enfrentam dificuldades no processo de escolarização com algum transtorno/distúrbio, sem levar em conta as condições histórico-sociais, apresentando pouca possibilidade de superação da dificuldade no âmbito educativo. Por isso, pesquisadores têm proposto a realização de avaliações a partir da Psicologia Histórico-Cultural (PHC), teoria que se distingue teórica e metodologicamente das que embasam as avaliações tradicionais. Em busca de contribuir com esses estudos, o objetivo deste artigo é apresentar resultados de uma pesquisa acerca de procedimentos para a realização do processo de avaliação psicológica das queixas escolares. Foram planejadas e realizadas avaliações de oito crianças com tais queixas. Como resultado, apresenta-se uma síntese dos procedimentos realizados: encontro inicial com os familiares/responsáveis, os professores e as crianças, atividades com elas e encontro final para apresentar os resultados obtidos e possibilidades de intervenção. O procedimento considerou a formação social dos processos psicológicos a partir da análise da atividade-guia. Considera-se que este trabalho contribui para a prática do psicólogo que busca realizar avaliações psicológicas que se distinguem das tradicionais e para o desenvolvimento de posteriores pesquisas que englobem outros períodos do desenvolvimento e que tenham como finalidade mudanças no âmbito escolar, familiar e societário.