RESUMONas últimas décadas, a utilização de isótopos estáveis em várias áreas de pesquisa vem se destacando, como na análise de fluxos e rotas metabólicas, análise de efeitos de estresses em plantas e, em grande escala, no estudo da matéria orgânica do solo (MOS). Estudos de alterações e dinâmica da MOS usando a variação da abundância natural do 13 C requerem mudanças na razão isotópica do C. Quando não existe essa possibilidade, uma das alternativas é enriquecer o material vegetal (planta) com 13 C, via fixação de 13 CO 2 , de modo que a razão isotópica seja distinta daquela da MOS original. O objetivo deste trabalho foi investigar a magnitude e a homogeneidade do enriquecimento em 13 C em diferentes componentes da planta de eucalipto. No processo de marcação, três plantas de eucalipto, com 4 meses de idade, cultivadas em solução nutritiva foram expostas a uma atmosfera enriquecida com 13 CO 2 , em uma câmara de vidro (448 dm 3 ), com temperatura em torno de 24 ºC. A concentração de CO 2 e a razão 13 C/ 12 C foram monitoradas por um espectrômetro de massa de razão isotópica (IRMS) em amostras de ar retiradas ao longo do processo (126 dias com três pulsos de 13 CO 2 semanais). Após o período de marcação, as plantas foram separadas em folha (folha-fonte e folha-dreno), galho, casca, lenho e raiz e analisadas em IRMS. O resultado foi expresso em partes por mil (‰) em relação ao padrão internacional de C denominado Pee-Dee Belemnite (PDB), obtendo-se a δ δ δ δ δ 13 C PDB delas: folha-fonte (828,07 ‰), folha-dreno (645,72 ‰), galho (672,49 ‰), casca (691,86 ‰), lenho (632,02 ‰) e raiz (536,55 ‰). O padrão de alocação e enriquecimento de 13 C entre os componentes das plantas foi homogêneo, embora com diferenças numéricas da ordem de 291 ‰ na δ δ δ δ δ 13 C PDB . As plantas de eucalipto mantiveram alta taxa de absorção de CO 2 e, consequentemente, alta taxa fotossintética em concentrações de CO 2 muito acima (180,4 mmol L -1 -7.934 ppmv) da encontrada na atmosfera (8,64 mmol L -1 -380 ppmv). O 13 C fixado durante o dia foi liberado em menor escala na respiração noturna, em comparação com o 12 C.(1) Recebido para publicação em maio de 2009 e aprovado em março de 2011.