As comunidades quilombolas são marcadas pelas iniquidades sociais e dificuldades no acesso aos serviços de saúde, que impactam diretamente no processo saúde-doença. Desta forma, objetivou-se descrever as características epidemiológicas relativas aos aspectos sociodemográficos, adoecimento, hábitos de vida, medidas antropométricas e pressão arterial entre residentes das comunidades quilombolas do Sapê do Norte, Espírito Santo. Foi realizada a coleta de dados obtendo-se informações socioeconômicos e de situação de saúde; avaliação física da pressão arterial, circunferência da cintura, peso e altura. Foram entrevistados 90 residentes das comunidades Quilombolas, sendo que a maioria eram mulheres, autodeclarados negros, idade superior a cinquenta anos e com baixa escolaridade. Os resultados relacionados às medidas antropométricas revelaram que a maior parte dos quilombolas avaliados apresentaram sobrepeso ou obesidade, circunferência da cintura aumentada, elevada prevalência de etilismo. Mais da metade afirmaram ser hipertensos e 70% dos participantes apresentaram níveis de pressão arterial alterado (≥130/≥81 mmHg). Esses dados demonstram a vulnerabilidade e necessidade de intervenção nessas comunidades, para a prevenção de agravos em saúde.