Objetivo: Verificar a prevalência do hábito de fumar em um grupo profissional e evidenciar quais fatores estão relacionados ao tabagismo e ao seu abandono. Casuística e Método: Foram avaliados, prospectivamente, 494 funcionários da Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais, na cidade de Belo Horizonte, consecutivos e aleatoriamente incluídos, de um total de 1229 pessoas. Eles responderam a questionário relacionado ao tabagismo, com vista à avaliação de fumantes, não-fumantes e ex-fumantes. Foram incluídas as variáveis: idade, gênero, nível educacional, estado civil, prática de atividades esportivas, religião e uso de bebidas alcoólicas. Aos fumantes foi também aplicado o teste de Fagerstrom modificado, para estabelecer o grau de dependência ao vício. Resultados: Nesta amostra, 58% dos funcionários eram do gênero feminino e 42% do gênero masculino. A idade variou entre 16 e 69 anos, com média de 36,1 ± 10,5 anos. Do total pesquisado, 8,2% eram fumantes regulares, 3,5%, fumantes ocasionais, 13,3% ex-fumantes e 74,9% não-fumantes. Entre os fumantes, 76,5% tinham pouca dependência, 13,7% dependência moderada e 9,8% dependência grave. Verificou-se que a prática de religião (p < 0,001), independentemente da crença (p = 0,642), e a prática de atividades esportivas (p = 0,002) são fatores de proteção em relação ao tabagismo. Uso de bebidas alcoólicas (p < 0,001) e idade mais avançada (p = 0,002) correlacionaram-se com o tabagismo. Entretanto, não houve associação do tabagismo com gênero (p = 0,38), nível educacional (p = 0,086), ou estado civil (p = 0,392). Entre os ex-fumantes, os três principais fatores que os levaram a parar de fumar foram: iniciativa própria (23,4%), receio de ter doença grave (13,83%) e odor do cigarro (13,3%). Conclusão: Indivíduos jovens, praticantes de atividade física ou religiosa, não consumidores de bebidas alcoólicas, são menos suscetíveis ao vício do cigarro.