Carta Da Sensibilidade Ambiental Ao Derramamento De Óleo Em Rodovias: Aplicação Piloto Na Estrada Dos Tamoios (Sp-099), Estado De São Paulo

Abstract

A Carta de sensibilidade ambiental para derramamentos de óleo (Carta SAO) é um dos documentos que faz parte do plano de emergência em episódios que ocorram derramamento de petróleo ou derivados. Modal mais utilizado no Brasil para transporte de petróleo e derivados, a rodovia emerge como o principal difusor em acidentes que resultem em derramamento de óleo no ambiente. Com o objetivo de realizar o mapeamento da sensibilidade ambiental para derramamento de óleos da Estrada dos Tamoios (SP-099), o presente estudo elencou cinco áreas piloto ao longo da rodovia, delimitando uma área de influência direta (buffer) de 500m. Foram utilizadas técnicas de fotointerpretação e geoprocessamento, saídas de campo e pesquisas bibliográficas. Quatro elementos foram adotados à elaboração da Carta SAO: (1) recursos faunísticos; (2) mosaico socioeconômico; (3) cobertura da terra; e (4) índice de Sensibilidade Ambiental Terrestre (IST) e fluvial. Foram identificadas 595 espécies faunísticas, pertencentes a seis grupos (Invertebrados Terrestre, Mamíferos, Répteis, Anfíbios, Aves e Peixes). O mosaico socioeconômico identificado é caracterizado por grupos recreacionais, área sob gestão especial, uso e extração de recursos naturais, transporte e tipo de ocupação. As áreas piloto são caracterizadas por IST de classe intermediária, não contendo classes de nível 9 e 10. Os segmentos mais sensíveis estão localizadas nas áreas piloto 1, 3 e 5, estando relacionados ao meio físico, à sensibilidade fluvial e à diversidade biológica, respectivamente. As sensibilidades aferidas neste trabalho são indicações que devem ser levadas em conta durante uma emergência. Por constituir um mapa, estas sugestões devem ser estudadas e interpretadas por profissionais capacitados para lidar com este tipo de documento e com competência à aplicação.

Sensibilidade Ambiental Ao Óleo Em Ambientes Terrestres: Aplicação Em Obras Lineares

“…Também para obras lineares, especificamente rodovias e ferrovias, pode-se citar os trabalhos de Mattos (2008), Martins et al (2013) e Cologna (2017). Mattos (2008) analisou a sensibilidade de uma rodovia no Rio Grande do Norte, com uma metodologia baseada na análise de aspectos estruturais, socioeconômicos, físicos e bióticos da rodovia e dados estatísticos relacionados a acidentes ocorridos.…”

“…Para cada parâmetro foi atribuído um peso e foi obtido o índice de sensibilidade ambiental. Martins et al (2013) propôs um índice de sensibilidade ambiental terrestre (IST) utilizando ferramentas em SIG. Para a determinação do IST foram considerados declividade do terreno, textura e profundidade do perfi l de alteração, profundidade do nível d'água e a permeabilidade relativa em relação ao comportamento e persistência do contaminante no terreno.…”

“…Cologna (2017) elaborou um atlas de sensibilidade ambiental ao óleo da Estrada de Ferro Carajás. A metodologia utilizada correspondeu a uma adaptação da proposta de Martins et al (2013). Após uma análise integrada das informações a respeito das características físicas, biológicas e socioeconômicas da área, o autor dividiu a região em três unidades geoambientais e, em seguida, realizou a análise de sensibilidade ambiental com aplicação de um índice de sensibilidade com valores de 1 a 10.…”

“…Utilizou-se a metodologia proposta por Martins et al (2013), que consistiu na elaboração de um Índice de Sensibilidade Ambiental ao Óleo Terrestre (IST) para a Estrada de Tamoios, localizada principalmente em uma área cristalina no estado de São Paulo. Assim, foram realizados ajustes para que a metodologia representasse de forma adequada as características da área sedimentar.…”

“…O fator profundidade do perfi l de alteração representa o valor médio do volume do material inconsolidado da área (VEDOVELLO, 2000). De acordo com Martins et al (2013), as classes de profundidade foram assim determinadas: pouco espesso (<1m); espessura intermediária (1m-2m) e muito espesso (>2m). A obtenção dessas classes ocorreu em expedições de campo, através de medições de espessura do perfi l de alteração localizadas em perfi s expostos em cortes da rodovia e em estradas próximas.…”