Causas e consequências da redução da cobertura vacinal no Brasil

Abstract

A vacinação é a estratégia mais efetiva de se evitar uma doença transmissível, contudo tem-se constatado diminuição das coberturas de diversas vacinas, por razões como hesitação vacinal, esquecimento, notícias falsas sobre vacinas, entre outros. Este artigo tem como escopo elencar as principais causas e as futuras consequências na redução da cobertura vacinal, permitindo avaliar as variantes que colaborariam para um aumento no número de hesitantes, por meio de trabalho multimétodos. Avaliando-se os diferentes autores, pode-se concluir que a redução da cobertura vacinal é problemática para a saúde coletiva, causando avanço de doenças já equacionadas e o ressurgimento de doenças erradicadas, provocando danos ou morte, especialmente em crianças. Portanto, torna-se primordial por parte dos diferentes agentes de saúde, governos, trabalhadores da saúde, controle social, entidades educacionais, uma união de forças para empoderar a população, e auxiliar na desconstrução dos mitos relacionados à vacinação.

Decréscimo das coberturas vacinais no Brasil

“…Esses achados corroboram uma revisão bibliográfica realizada em 2021 por pesquisadores do Paraná, que avaliam causas e consequências da redução da cobertura vacinal no Brasil, constatando-se ser caracterizada por multifatores, como a desinformação, as "fake news" e a hesitação vacinal. Diante disso, esses fatores se tornam preocupantes e de resolução dificultosa 8 .…”

Redução da cobertura vacinal no Brasil: uma revisão integrativa

“…Utiliza de estratégias exitosas levando-o a ser referência mundialmente reconhecida, tais estratégias obtiveram grandes conquistas, como a erradicação da poliomielite e a queda na incidência de várias doenças imunopreveníveis. Para que a população infantil seja considerada protegida, a cobertura vacinal tem que atingir a meta de 95% de forma homogênea (6).…”

“…A hesitação vacinal tem sido um problema mundial complexo e multifatorial, entretanto, o fator de maior destaque é o crescimento do movimento antivacina vinculado à disseminação de fake news. Os indivíduos adeptos ao movimento antivacina questionam a segurança dos imunobiológicos e seus possíveis efeitos colaterais, disseminam informações falsas de que que as vacinas podem conter substâncias potencialmente tóxicas (além de transmitir doenças ou possuir algum tipo de chip), duvidam da credibilidade das indústrias farmacêuticas que lucram em cima da produção das vacinas, além de descredibilizarem a ciência e as instituições de pesquisa científica (12,6).…”

“…Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 1, p.3752-3763, jan./feb., 2023 Diante da recusa vacinal diversas vezes causada por fake news, a baixa vacinação vem trazendo de volta casos de doenças já controladas, o ressurgimento de doenças como o sarampo em países que já o erradicaram, é apenas um exemplo de como a hesitação em vacinar pode se tornar uma ameaça à saúde pública. Os danos causados pela falta de vacinação já são uma realidade, como no caso do sarampo, com mais de 300 casos confirmados em Roraima e Amazonas (6).…”

“…O período crítico começou em 2017, quando 25% da população em risco de contrair febre amarela, principalmente crianças, não foi vacinada. O problema continua grave: números recentes mostram que apenas 88% da população-alvo em todo o país foi vacinada contra o sarampo este ano (a taxa mínima de erradicação da doença é de 95%), enquanto a cobertura em 100 cidades brasileiras está abaixo da meta de 50% contra a poliomielite (6).…”