Os recém-nascidos de muito baixo peso representam a grande maioria das mortes no período neonatal, constituindo o maior percentual da mortalidade infantil no Brasil. Este estudo, do tipo longitudinal, incluiu um total de 487 recém-nascidos e propôs uma análise dos fatores associados à mortalidade em recém-nascidos de muito baixo peso até completarem 27 dias de vida. Foram calculados os riscos relativos de óbito para cada uma das variáveis estudada, e as que se mostraram estatisticamente significativas foram selecionadas para o modelo multivariado, no qual se calcularam as razões de chances (OR) com a regressão logística. Os fatores associados à diminuição do risco de morte foram: uso de corticosteróide antenatal (OR = 0,40; IC90%: 0,23-0,74) e uso de nutrição parenteral total (OR = 0,06; IC90%: 0,02-0,15). Os fatores associados ao risco de morte foram: recém-nascido do sexo masculino (OR = 2,19; IC90%: 1,27-4,00); hemorragia materna (OR = 4,28; IC90%: 1,27-14,46) e uso de ventilação mecânica (OR = 18,83; IC90%: 5,15-68,87); escore de CRIB (OR = 4,48; IC90%: 2,43-8,27) e peso ao nascimento. O uso de corticosteróide antenatal deve ser mais difundido, visando à diminuição da morbi-mortalidade neonatal.