A contaminação de produtos avícolas por Salmonella tem sido um real desafio à avicultura desde o reconhecimento da carne de frango e ovos como importantes fontes de transmissão de salmonelas para humanos. O estado imune das aves tem um papel crítico na defesa contra diferentes patógenos. Lotes de aves com imunossupressão sofrem aumento da incidência de infecções secundárias e têm seu desempenho afetado negativamente. Entre os patógenos virais aviários que têm capacidade imunossupressora encontra-se o vírus da doença infecciosa da bursa ou doença de Gumboro. Neste estudo, avaliou-se a população linfocitária bursal através de exame histopatológico e a contagem de Salmonella em cecos de frango de corte através do método do número mais provável (NMP) buscando-se correlacionar estes fatores. Foram coletados os cecos e as bolsas de Fabricius (BF) de 347 frangos de corte com 28 dias de idade. Os cecos foram congelados e analisados pela microbiologia convencional para determinar a presença ou ausência de Salmonella sp e as amostras positivas submetidas à técnica de contagem pelo NMP. Foram identificadas duas amostras positivas (0,58%) para Salmonella Enteritidis e estas apresentaram 0 e 21 NMP/g, enquanto os cecos correspondentes apresentaram entre 60-70% de depleção linfocitária. Outros gêneros bacterianos identificados foram Providencia rettgeri, Proteus mirabilis e E. coli. Os escores histopatológicos evidenciaram depleção linfocitária moderada a severa nas bursas, porém o isolamento de Salmonella Enteritidis em duas amostras não possibilitou maiores inferências a respeito do envolvimento da Doença de Gumboro quanto à persistência de salmonelas no ceco das aves analisadas, sob a presente metodologia.